Luciano Huck entrou na mira de família Bolsonaro após comentar a declaração violenta e de cunho sexual feita pelo presidente Jair Bolsonaro à jornalista Patrícia Campos Mello
Luciano Huck entrou na mira de família Bolsonaro após comentar a declaração violenta e de cunho sexual feita pelo presidente Jair Bolsonaro à jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo.
Huck afirmou nesta terça-feira (18) que tem “evitado comentar declarações públicas de quem quer que seja. Seja porque torço pelo Brasil, seja porque não quero alimentar fofocas e intrigas. Mas as fronteiras da decência foram ultrapassadas hoje. Triste e revoltante ao mesmo tempo”, escreveu o apresentador, que é tido como possível candidato à presidência da República em 2022.
“Respeito é a base de qualquer sociedade e pilar da democracia. Atiçar a violência contra a mulher e atacar o jornalismo independente são desserviços monstruosos. Meu apoio à mulher e jornalista”, completou Huck.
Em seu perfil no Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro compartilhou uma reportagem, publicada em 2014, sobre um tuíte em que Huck “oferecia” brasileiras para estrangeiros que estavam no país.
“A notícia é de 2014, o tweet foi deletado, mas o print é eterno. Aula de decência com o professor!”, diz o post de Eduardo Bolsonaro. Em junho daquele ano, durante a Copa do Mundo que ocorreu no país, o apresentador publicou, em suas redes sociais, um “convite” para mulheres cariocas e solteiras (relembre aqui).
“Carioca? Solteira? Louca para encontrar um príncipe encantado entre os ‘gringos’ que estão invadindo o Rio de Janeiro durante a Copa? Chegou a sua hora… Mande fotos e por que você quer um gringo ‘sob medida’”, diz a publicação, que continha um e-mail para contato.
Em outro ataque a Luciano Huck, Eduardo Bolsonaro colocou a foto do apresentador entre as personagens Feiticeira e Tiazinha e escreveu: “Decência”.
Entenda o caso
Na manhã de quarta-feira 18, o presidente da República explorou uma informação falsa que um depoente prestou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News para afirmar Patrícia Campos Mello “queria dar o furo a qualquer preço contra mim”. Huck repudiou o caso nas redes sociais e disse que “as fronteiras da decência foram ultrapassadas’. “Triste e revoltante ao mesmo tempo”, afirmou, no tuíte, sem citar o nome do presidente.
No jargão jornalístico, a expressão “dar o furo” significa publicar uma informação exclusiva antes de outros veículos. No caso, Bolsonaro fez menção ao depoimento que Hans River do Rio Nascimento deu à CPMI na semana passada. Ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows durante a campanha eleitoral de 2018, Hans River declarou que Patrícia procurava “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”. Ele não apresentou nenhuma prova que corroborasse a afirmação.
Patrícia foi autora de uma reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, em dezembro de 2018, que denunciava a ação de uma rede de empresas, incluindo a Yacows, em um esquema fraudulento de disparo de mensagens pelo aplicativo WhatsApp em favor de políticos.
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