Professor de colégio de elite em SP filmava as genitálias de meninas menores de idade em sala de aula. Ele leciona há 20 anos e tem 4 filhos que estudam na instituição, que tem mensalidades em torno de R$ 7 mil. A esposa dele é uma respeitada educadora de ensino internacional e dá cursos para professores. Ao ser preso, o professor afirmou que é uma pessoa "doente"
Um professor de um colégio de elite na Zona Oeste de São Paulo foi preso nesta terça-feira (18) acusado de produzir e armazenar pornografia infantil.
Ivan Secco Falsztyn, de 54 anos, leciona História e Teatro na St. Nicholas School, em Pinheiros. Segundo a investigação, ele confessou filmar as alunas, entre 10 e 14 anos, por baixo da saia do uniforme em sala de aula, sem que elas soubessem. A escola internacional, em comunicado aos pais, se disse “chocada”.
Os policiais chegaram à casa do professor, também em Pinheiros, por volta das 6 horas. “Ele tentou esconder o computador. Nós achamos vários vídeos de meninas de 10, 12, 13 anos e percebemos que tinham uniforme. Isso chamou a atenção”, disse a delegada divisionária da Delegacia de Capturas, Ivalda Aleixo.
Ivan Falsztyn, então, segundo a polícia, confessou que fazia as imagens no próprio colégio, onde também foram apreendidos materiais. Ele dá aulas na instituição há 20 anos, tem quatro filhos e dois deles, gêmeos, um menino e uma menina de 13 anos, estudando na St. Nicholas. Sua mulher, a americana Laura Falsztyn, é uma respeitada educadora de ensino infantil internacional, dá cursos para professores e hoje é diretora da unidade de Alphaville da St. Nicholas.
Em comunicado aos pais, a escola informou que todos “foram surpreendidos com uma operação policial que prendeu um dos nossos professores da unidade Pinheiros”. E que abriria uma sindicância interna para investigar o caso. A St. Nicholas completa este ano 40 anos e tem mensalidades em torno de R$ 7 mil. Entre os alunos há filhos de estrangeiros, empresários e artistas.
“A escola franqueou a entrada e nos ajudou em tudo que foi possível. Eles não sabiam dessa prática”, disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, diretor de Operações Policiais Estratégicas. Segundo a polícia, Ivan Falsztyn confessou que escondia câmeras em caixas de remédios, com furos, para fotografar e filmar as alunas. A escola tem uniformes tradicionais, com saias para as meninas. As caixas eram colocadas em carteiras ou no chão.
“Essas câmeras ela colocava embaixo da carteira, se alguém olha é uma caixa de medicamento, no chão, e ele faz com que elas passem, elas se abaixavam achando que era algum tipo de exercício corporal pra se soltar no teatro”, diz Ivalda Oliveira Aleixo, delegada da Divisão de Capturas.
Houve apreensão de diversos vídeos em computadores e HDs com imagens de partes íntimas de meninas usando uniformes. Algumas tinham sido guardadas na sala do professor na própria escola. Segundo a polícia, haveria até uma lista de alunas preferidas. Ele teria começado a fazer imagens na escola havia três anos, mas foram encontrados materiais datados de 2009.
Falsztyn se disse “doente” e pediu ajuda. A polícia não sabe estimar quantas seriam as vítimas. Testemunhas afirmaram que ele era considerado um professor “carismático e querido pelos alunos e professores” e que dava “aulas divertidas”.
A polícia pediu a prisão preventiva do docente, que não tem antecedentes criminais e vai responder por produção e armazenamento de material pornográfico. “Nós ainda não temos provas de que ele compartilhava o material”, disse o delegado.
A prisão deixou pais e estudantes abalados. “A situação está muito difícil, muito complicada. O abuso está mais perto do que a gente imagina”, afirmou a mãe de um aluno do ensino fundamental.
A St. Nicholas é uma escola internacional, que usa um currículo conceituado no mundo todo e aceito em universidades fora do Brasil. É uma instituição que surgiu como uma escola internacional para crianças com menos de 5 anos e encaminhava estudantes para as tradicionais Chapel School, St. Paul’s e Graded. Há anos, ela foi ampliada e atende da educação infantil ao ensino médio.
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