Balas que atingiram Cid Gomes foram de pistola .40. Um dos projéteis permanece alojado na base do pulmão do senador e não deve ser removido
Boletim médico divulgado pelo Hospital Monte Klinikum, de Fortaleza, nesta sexta-feira, 21, afirma que o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) teve lesão pulmonar, perfuração do hemotórax esquerdo e pneumotórax hipertensivo.
De acordo com o boletim, Cid “encontra-se em reabilitação, realizando fisioterapia respiratória e uso de antibióticos para restabelecimento da função pulmonar”. Ainda segundo o relatório divulgado, “não há, portanto, previsão de alta hospitalar, tendo em vista a repercussão das lesões pulmonares”.
Cid segue internado “devido a trauma torácico por arma de fogo, que ocasionou a perfuração do hemotórax esquerdo (quando há derrame de sangue na cavidade pleural), lesão pulmonar e pneumotórax hipertensivo”, diz o boletim, assinado pelo médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho.
Nesta quarta-feira, 19, ele foi atingido por disparos de arma de fogo ao avançar com uma retroescavadeira um grupo de policias militares amotinados que realizavam bloqueio a um quartel em Sobral. (CE).
Em entrevista coletiva, o irmão de Cid, Ciro Gomes, explicou que ainda há uma bala alojada na base do pulmão do senador licenciado.
Assista:
“Se os elegantes da política brasileira consideram que faltou elegância, quero saber se fascismo se enfrenta com flores. Nós aqui vamos enfrentar com a arma que for necessária”, afirmou Ciro.
Ciro também se posicionou a favor da convocação de Cid à população pelas ruas de Sobral. “Ele estava com megafone, não estava com arma nenhuma. Ele é um senador da República, e aquilo é uma via pública. Ele, como qualquer autoridade ou pessoa, tem o direito de ir e vir. Aquela rua dá acesso ao quartel, e uma minoria impedia que uma maioria fosse trabalhar”, disse.
O pedetista ainda disse que ficou “muito chocado” ao ver o vídeo do momento em que Cid tentou invadir o quartel e levou um tiro. “Lamentei muito não estar eu lá. Mas Deus me protegeu, porque, se estivesse lá, o desfecho talvez fosse pior.”
Para Ciro, o governador Camilo Santana (PT) fez “tudo o que podia e o que não podia” pela polícia do Ceará e se posicionou contra um possível reajuste para encerrar o motim.
“Estou dizendo inclusive aquilo que ele não podia, porque um policial em início de carreira, num estado pobre como o nosso —volto a dizer que a vida é muito dura—; mas um soldado começar a vida ganhando cinco salários mínimos, enquanto um professor não ganha isso? Isso é uma inversão de valores absolutamente grave”, afirmou.
Ciro Gomes ainda atribuiu os motins a interesses político-partidários. “Depois que aceitaram a negociação, tudo estava resolvido, e uma minoria claramente vinculada à politicagem partidária, faz o que estão fazendo? Fazer o Ceará refém? Balear um senador do peito?”, questiona, citando que o lado dele está unido na questão. “Só por cima do nosso cadáver as milícias dominarão o Ceará.”
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