De maneira irresponsável e perigosa, vídeo antigo de Drauzio Varella é espalhado nas redes sociais bolsonaristas e até ministro ajudou a propagar a mentira. No conteúdo, gravado em 30 de janeiro, quando não havia ainda nenhum caso da doença no Brasil, o médico diz para as pessoas não alterarem suas rotinas
Um vídeo antigo do médico Drauzio Varella está sendo disseminado nas redes bolsonaristas desde o último sábado (21). Perfis com milhares de seguidores do atual presidente no Twitter compartilharam o conteúdo de maneira descontextualizada. No WhatsApp, o vídeo também viralizou.
Por isso, Drauzio Varella escreveu em seu site oficial um texto com um alerta para que seus vídeos antigos com orientações sobre como proceder em razão do novo coronavírus não sejam divulgados.
“Diante do cenário atual, retiramos o material antigo do site e das nossas redes e colocamos informações atualizadas. Por prováveis interesses políticos, algumas autoridades oficiais estão usando esse conteúdo sem informar que se trata de material antigo, cujas recomendações não valem mais”, diz o artigo, no Portal Drauzio Varella.
Até o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compartilhou o vídeo antigo e ajudou a propagar a desinformação na madrugada deste domingo (22). A estratégia reforça os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro, que tem se esforçado para minimizar a pandemia.
O site do médico Drauzio Varella esclareceu que a pandemia ainda não havia chegado ao Brasil na época do vídeo, então fazia sentido afirmar que não havia motivos para alterar o ritmo de vida diário. O vídeo antigo que circula é de 30 de janeiro, quando a Itália tinha somente dois casos confirmados — hoje, menos de dois meses depois, são 60 mil contaminados e quase 6 mil mortos.
“A situação mudou drasticamente. E vai continuar mudando, pois a pandemia é dinâmica. Orientações antigas não servem para este momento. Não está mais na hora de dizer que estou levando vida normal, evidentemente. Eu tenho mais de 70 anos e estou bem resguardado mesmo. E é isso que as pessoas com mais de 60 anos de idade devem fazer”, afirma Drauzio.
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