Bolsonaro fará novo pronunciamento em rede nacional às 20h30
Após o trágico pronunciamento da última terça-feira, quando chamou o coronavírus de "gripezinha" e ordenou que a população "retornasse à normalidade", Jair Bolsonaro falará novamente à nação no dia em que o Brasil registra o recorde de novas mortes e infectados por Covid-19
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai realizar um pronunciamento na noite desta terça-feira (31), a partir de 20h30. De acordo com a Rede Nacional de Rádio, a duração da fala será de aproximadamente oito minutos. A transmissão será da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e será veiculada em rede aberta e redes sociais.
No último pronunciamento à nação, realizado há exatamente uma semana, o presidente voltou a chamar o coronavírus de “gripezinha”, pediu que a população retomasse a rotina e questionou o motivo pelo qual as aulas foram suspensas. Ainda, acrescentou estar tranquilo caso seja contaminado pelo vírus por ter “histórico de atleta” e acusou a imprensa de provocar o pânico em torno da covid-19.
Durante o pronunciamento, Bolsonaro foi alvo de panelaços em diversas cidades. Mesmo divulgando ter apresentado dois resultados negativos para os testes de coronavírus, mais de 20 pessoas que estiveram na mesma comitiva que ele durante viagem aos Estados Unidos contraíram covid-19.
Coronavírus no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (31) o mais recente balanço nacional sobre os casos de Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2. São 201 mortes em 5.717 casos confirmados — uma taxa de letalidade de 3,5%. A título de comparação, a taxa de letalidade da famosa H1N1 é de 0,2%.
No levantamento anterior, divulgado na segunda-feira (31), o Brasil tinha 159 mortes e 4.579 casos confirmados de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
De acordo com o balanço do ministério, os dados desta terça-feira apontam o maior acréscimo diário no total de casos confirmados e de mortes desde o começo da epidemia.
Foram registrados mais 1.138 casos em relação ao boletim de segunda, um aumento de 24%. No caso das mortes, o aumento foi de 42 casos, o que significa um crescimento de 26%.