“Isso é real, isso não é piada. É difícil ver isso, é difícil acreditar nisso”. Um dos vídeos mostra corpos cobertos em macas nas calçadas, enquanto outro mostra empilhadeira transportando cadáveres. Apesar da catástrofe atual, governador de Nova York diz que o “pior ainda vai chegar”
Vídeos chocantes gravados em Nova York mostram uma imagem sombria de como os hospitais da maior cidade dos EUA parecem estar lutando para lidar com corpos diante do avanço das infecções por coronavírus.
Um dos vídeos mostra corpos cobertos em macas nas calçadas, enquanto outro mostra sacos com cadáveres sendo transportados por uma empilhadeira do lado de fora de um hospital. “Isso é real, isso não é piada. É difícil ver isso, é difícil acreditar nisso. Por favor, fique em casa, isso é real”, diz o homem que grava as imagens.
No Brasil, um dos vídeos foi compartilhado pelo ex-senador Roberto Requião (MDB). “Postarei cenas fortes, vamos ver se convenço os que ainda estão em dúvida. Esse aí é um hospital no Brooklyn em NY. Estão retirando corpos de empilhadeira! Entenderam? De empilhadeira! NY responde por metade das mortes nos EUA”, alertou.
VÍDEOS:
“Tsunami”
As autoridades de Nova York alertaram hoje que o “tsunami” do novo coronavírus está chegando e que a região ainda passará por “semanas mais difíceis”, coincidindo com a chegada ao porto do navio-hospital USNS Comfort, das Forças Armadas, que tem o objetivo de aliviar a pressão sobre os hospitais da cidade.
“O tsunami está chegando. Sabemos que é hora de reunir suprimentos e fazer os preparativos porque ontem era tarde demais”, disse o governador do estado, Andrew Cuomo, em entrevista ao canal “MSNBC”.
Por sua vez, o prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, garantiu durante a recepção oficial do navio-hospital em Manhattan: “Isso é apenas o começo. Neste momento, as semanas mais difíceis ainda estão por vir”, afirmou.
A chegada do USNS Comfort envolve “750 leitos para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde”, disse De Blasio, que ressaltou que o navio, com 1,2 mil pessoas entre marinheiros e equipe médica, é um sinal de que os nova-iorquinos não estão sozinhos.
Em entrevista coletiva, o prefeito insistiu na metáfora da guerra que usa desde o início da crise do coronavírus.
“Estamos em uma atmosfera de guerra. Podemos ter tido diferenças em tempos de paz, mas, na medida do possível, precisamos ser um em tempos de guerra. Sei que nossos colegas militares entendem isso, agora todos temos que entender”, afirmou De Blasio.
Médico na linha de frente
Shamit Patel, um médico que está na linha de frente da batalha contra o coronavírus em Nova York, prepara-se mentalmente para o pior nos próximos dias. Quase 90% dos pacientes que o dr. Patel atende no Beth Israel, um dos hospitais de Mt. Sinai em Manhattan, têm COVID-19.
“O pior cenário é o que está acontecendo na Itália. No ritmo que estou vendo, o pico pode chegar ao final desta semana, ou na próxima. Na semana passada, o percentual de pacientes com coronavírus que chegavam ao hospital passou de 50% para 75% e, agora, são 85%-90% do total”, disse.
“O maior desafio é tentar decifrar exatamente o que funciona como tratamento e encontrar uma maneira de evitar que o paciente entre em Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo. Esta doença não discrimina e pode afetar qualquer um e provocar dano pulmonar a uma pessoa jovem, ou idosa. Será uma batalha longa e dura”.
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