Saúde

Coronavírus deve matar 480 mil só nos EUA, revela vazamento

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EUA esperam 96 milhões de casos de coronavírus e 480 mil mortos, revela vazamento. Hospitais norte-americanos estão se preparando para um aumento exponencial nas internações. Em relação ao avanço da doença no mundo, epidemiologista da Universidade de Harvard aponta cenário ainda mais preocupante

Charles Nisz, DCM

Uma apresentação feita por James Lawler, médico do University of Nebraska Medical Center aponta cenário preocupante para a epidemia de corona vírus nos EUA.

De acordo com a estimativa de Lawler, a pandemia iniciada na China irá atingir 96 milhões de norte-americanos, ou 25% da população do país e causar 480 mil mortes, segundo o site Business Insider.

Os hospitais norte-americanos estão se preparando para um aumento exponencial nas internações. A apresentação foi feita numa reunião da Associação Norte-Americana de Hospitais em 26 de fevereiro.

De acordo com os especialistas em epidemiologia nos EUA, “tal volume de internações vai levar o sistema de saúde norte-americano ao limite”. O impacto será 10 vezes maior que o de uma epidemia de gripe comum.

De acordo com a estimativa de Lawler, dos 96 milhões de norte-americanos infectados, 4,8 milhões (5%) precisarão ser hospitalizados. A epidemia de coronavírus vai ceifar as vidas de 10% dos hospitalizados, ou 480 mil pessoas.

Uma taxa da fatalidade de 0,5%, bem mais conservadora que as taxas verificadas no resto do mundo, que estão na faixa de 2%. A Organização Mundial de Saúde estima a mortalidade em até 3%.

Para Lawler, as cidades de Nova York, San Francisco e Seattle serão as mais afetadas pela doença no território norte-americano. Por conta da dificuldade em realizar testes, os Estados Unidos estão com milhares de casos não notificados. Isso facilita a disseminação da doença e o controle de novos casos.

A epidemia converge com a proposta do candidato democrata Bernie Sanders em universalizar o atendimento de saúde nos EUA.

Não é apenas Lawler quem prevê esse cenário assustador para a epidemia de coronavírus no mundo. Marc Lipsitch, professor de epidemiologia da Universidade de Harvard, acredita que 40% da população global será contaminada pelo coronavírus no espaço de um ano.

Com o número de casos mundo afora superando a casa dos 130 mil infectados, o coronavírus agora se espalha mais rapidamente fora da China do que no país asiático, origem da pandemia.

Irã, Coreia do Sul e Itália são os principais focos da doença. Mas os EUA caminham para ser o próximo – e o maior foco – de espalhamento da doença.

Apesar da taxa de infecção ser menor nos EUA – por enquanto, o país está com 1264 casos confirmados, já são 39 vítimas fatais nos EUA.

Para efeito de comparação, na Coreia do Sul, a fatalidade está na casa dos 0,7%. A alta taxa de fatalidade nos EUA sugere que há subnotificação de casos. Para manter a mesma taxa da mortalidade coreana, os EUA deveriam ter notificado cerca de 2500 casos.

Alemanha

A Alemanha gastará o que for necessário para combater o coronavírus, que pode infectar até 70% da população da maior economia da Europa, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quarta-feira

“Faremos o que precisarmos para passar por isso. E no final veremos o que isso significa para nosso orçamento”, disse Merkel a repórteres, parecendo se distanciar da prática alemã de evitar novos financiamentos.

Embora tenha admitido que não sabe como a crise se desenrolará, Merkel disse que o risco é enorme.

“Como o vírus está por aí, e a população não tem imunidade e não existe vacinação ou terapia, uma porcentagem alta –especialistas falam em 60% a 70% da população-– será infectada se este continuar sendo o caso”.

A Alemanha já relatou 1.296 casos, de acordo com o Instituto Robert Koch para o Controle de Doenças, e confirmou três mortes relacionadas ao coronavírus.

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