A exemplo de Jair Bolsonaro e Edir Macedo, pastor Silas Malafaia também faz pouco caso do coronavírus e afirma que manterá atividades em seus templos: "A igreja tem que ser o último reduto de esperança para o povo"
Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamar o coronavírus de “fantasia” e do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, classificar a pandemia de “mentira de satanás e da imprensa”, o pastor Silas Malafaia se manifestou a respeito da doença.
Em seu perfil no Twitter, Silas Malafaia publicou um vídeo para encorajar as pessoas para ir à igreja. E questionou as recomendações de prevenção por causa dos casos do novo coronavírus no país.
Durante 15 minutos, o pastor inclusive faz o público repetir uma oração, pedindo a Deus que o vírus não se espalhe pelo Brasil.
“Repita essa oração comigo: ‘Que esse vírus seja destruído da nossa nação pelo poder do nome de Jesus. Nós te pedimos que esse vírus não consiga fazer desgraça no nosso país'”, pregou.
O posicionamento gerou críticas na internet. “É hora de evitar aglomeração”, tuitou um internauta.
“Último reduto”
No começo do vídeo, Silas reafirmou a importância de manter a igreja aberta para os fiéis. “A nossa igreja aqui vai ficar de portas abertas. Se amanhã, os governos disserem que vai [sic] impedir transporte público, fechar mercados, fechar todas as lojas. A igreja tem que ser o último reduto de esperança para o povo. Eu vou estar aqui, como pastor”.
No entanto, ao contrário de Bolsonaro e de Edir Macedo, ele ressaltou a importância da prevenção. Disse, ainda, que irá colocar álcool gel para os fiéis na porta da igreja. Mas se referiu à repercussão no país ao coronavírus como uma “neura louca”. “Nós não estamos subestimando nada. A doença é real, o vírus é real. Temos que estar antenados. Mas você tem que tomar muito cuidado para não entrar numa neura louca”.
Ovacionado pelo público, Silas se empolgou e voltou a minimizar o problema: “Um bichinho desgraçado que a gente não vê nem a olho nu causa uma balbúrdia no mundo, na economia. As pessoas ficam apavoradas. Nós cremos que Deus está no controle de todas as coisas. E nós cremos no poder da oração. Porque essa é a nossa arma, gente! É o que nós temos!”.
“Não são nem doidos”
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, informou que vai decretar estado de emergência no estado nesta segunda-feira (16). Malafaia reagiu.
“Governador nenhum vai suspender meus cultos. Eles não são nem doidos. Não têm poder para isso, só com determinação Judicial”, afirmou o líder religioso, segundo informa a coluna do jornalista Lauro Jardim.
Sobre a atitude de Bolsonaro, que quebrou todas as recomendações ao participar e interagir com populares durante manifestação no domingo, Malafaia disse que, apesar de ser aliado do presidente, “discorda dele apertar a mão dos outros”.