Já se sabe que, no Brasil, os mais necessitados serão as grandes vítimas da pandemia. Uma pergunta que inquieta, mas nunca foi abordada pela imprensa entre as dúvidas sobre o coronavírus: os pobres, principalmente os sem emprego fixo, vão aguentar o confinamento sem dinheiro no bolso, sem conta no banco e sem trabalho?
Uma pergunta que inquieta, mas nunca foi abordada pela imprensa entre as dúvidas sobre a pandemia: os pobres, principalmente os pobres sem emprego fixo, vão aguentar o confinamento sem dinheiro no bolso, sem conta no banco e sem trabalho?
É complicado, porque não há como o pobre fugir do confinamento, mesmo que em contextos e circunstâncias completamente diferentes da classe média.
Se não for assim, se os pobres não se aquietarem em casa, como advertem os especialistas em saúde pública, o massacre será maior do que o previsto.
Já se sabe que os pobres serão as grandes vítimas da pandemia. Se continuarem transitando livremente, a tragédia será multiplicada.
A solução? Os deputados de esquerda deveriam pressionar o governo para que assegure o fornecimento de alimentos básicos para as famílias de trabalhadores informais, durante o tempo em que ficarem em casa.
Trabalhador informal não tem salário fixo, nem Netflix, nem sabe quando poderá voltar a fazer bicos.
A direita e Paulo Guedes dirão que não há como cadastrar e selecionar quem vai receber ajuda. Se quisessem, haveria. E também vão dizer que não há dinheiro.
Tem, sim. Cortaram mais de 2 milhões de mães do Bolsa Família. Mas já estão preparando socorro para as companhias aéreas, até para as empresas de cruzeiro e para bancos que ameaçam quebrar.
Tem que ter dinheiro para arroz e feijão. E nem falamos ainda dos moradores de rua, que devem ter um suporte especial. Imagina-se que os prefeitos já tenham pensando nisso. Se é que os prefeitos pensam em pobres.
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“As classes médias podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela internet. Os pobres, não. Quando a epidemia explodir, ela vai dizimar os pobres desse país. Podemos retardar a explosão dessa epidemia. Mas, quando ela explodir, vai flagelar especialmente a população pobre. As condições de vida dessa população favorecem o coronavírus. Nas casas onde moram vivem muitas pessoas, há poluição ambiental, é preciso trabalhar o tempo todo. Essa precariedade não está sendo objeto de políticas públicas no Brasil” — Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ.
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