Mulheres violadas

Ex-marido que matou professora na frente dos filhos permanece foragido

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Professora de 31 anos foi executada na frente dos dois filhos e da mãe. Autor do crime é o ex-marido da vítima, que já havia sido denunciado por violência doméstica. Ele não aceitava o fim do relacionamento

Márcio Ordones da Silva

A professora Shellyda Duarte, de 31 anos, é mais uma vítima de feminicídio no Brasil. Ela foi assassinada pelo ex-marido, Márcio Ordones da Silva, 41, na noite da última segunda-feira (24) em Luziânia (GO).

O crime ocorreu quando a professora saía de casa com os dois filhos e a mãe. Neste momento, Márcio apareceu e executou a mulher com seis disparos de arma de fogo na região do tórax e no abdômen.

A vítima chegou a ser encaminhada pelos familiares à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Ingá, mas não resistiu aos ferimentos.

Testemunhas relataram que, por volta das 19h30, Márcio chegou em um veículo na casa da mulher, no momento em que ela tirava o veículo dela da garagem.

“Eu estava em casa, quando ouvi os disparos. Saí correndo para ver o que era e me deparei com esse desastre. Quando cheguei, o portão da casa estava pela metade”, contou uma das vizinhas.

Segundo ela, a mãe está em estado de choque e faz uso de medicamentos. A vizinha relatou que o casal estava separado havia cinco anos, mas que o ex-marido não aceitava o fim do relacionamento.

“Eu a conhecia havia 25 anos, quando me mudei para cá. Éramos amigas. A mãe sempre foi contrária à relação dos dois; por isso, ele tinha uma rixa com a sogra. É uma tristeza enorme saber que uma pessoa legal, trabalhadora e guerreira morreu dessa forma. Toda a comunidade está em choque”, lamentou.

Márcio tinha diversas denúncias por violência doméstica contra Shellyda. Ele ficou preso sete meses no Centro de Detenção Provisória de Luziânia e utilizava uma tornozeleira eletrônica por descumprir medida protetiva.

Shellyda Duarte era professora de matemática do Colégio Estadual José Carneiro Filho (Jocaf), em Luziânia. “Fui aluna dela em 2018. Ela vai ficar para sempre nas minhas lembranças por ser uma pessoa amorosa e bondosa. Todos os alunos a amavam. É uma grande perda”, disse a ex-aluna Jaynne Rocha, 21.

Na rua onde morava, vizinhos estão revoltados. “Eu a via passando toda hora na calçada, voltando da escola. O que se sabe é que ele sempre teve muito ciúme dela. A comunidade está revoltada e sem acreditar que uma pessoa tão boa foi vítima de uma crueldade dessas”, contou um morador.

Cristiane da Silva, 43, fundadora do Coletivo Somos Rosas, que combate a violência contra a mulher, acredita que é papel da sociedade acolher as mulheres que sofrem com relacionamentos abusivos.

Precisamos exercitar a nossa sororidade, dar voz a essas mulheres e não deixar cair no esquecimento. Pela vida das mulheres, a gente mete a colher, sim”, alertou.

A professora Shellyda Duarte

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