Ex-tenista número 1 do ranking brasileiro (banido do esporte mais tarde) passa a ser investigado pela polícia após afirmar que a irmã espalhou coronavírus em Mogi. "Eu levei o coronavírus para Mogi. Não estou de quarentena. Sigo plena. Vocês que lutem", reforçou a mulher
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar um vídeo divulgado pelo tenista João Souza, o Feijão, nas redes sociais. De acordo com o boletim de ocorrência registrado neste sábado (21), na publicação o atleta conversa com a irmã e admite ser dela a responsabilidade da propagação do novo coronavírus em Mogi das Cruzes, onde ele nasceu.
Nas imagens, Feijão diz para a irmã em tom de deboche: “Você levou o coronavírus para Mogi. Mogi decretou estado de calamidade pública por causa dessa pobre louca aqui”. Na legenda do vídeo, o tenista escreveu: “Mogi ‘tá’ em estado de calamidade por causa dessa pobre loka”.
Ao mesmo tempo, a irmã de Feijão, Maria Clara Souza, diz: “Eu levei o coronavírus para Mogi. Desculpa, gente. Agora estou ótima. Não estou de quarentena. Sigo plena. Vocês que lutem. Mogi que lute”. A publicação foi apagada em seguida.
Na tarde de sexta-feira (20) a cidade havia declarado estado de calamidade pública por causa do Covid-19. Após a repercussão do caso, a irmã de Feijão disse que o vídeo foi gravado durante um café da manhã com o irmão, onde ela contou que, durante uma passagem por Mogi, sentiu dor de garganta e comentou com as amigas.
Essas amigas teriam dito, por brincadeira, que ela havia trazido o coronavírus para a cidade. Maria Clara disse estar arrependida da publicação e pede desculpas por qualquer mal entendido. Ela afirmou que não tem a doença.
Polícia investiga
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Mogi das Cruzes e, segundo o boletim, chegou ao conhecimento do autor da ocorrência por meio do Promotor de Justiça Leandro Lippi, “dando conta da veiculação de um vídeo através da conta da rede social do Instagram de titularidade de João Souza, em que a pessoa titular de outra conta do Instagram aparece proferindo dizeres supostamente admitindo a responsabilidade pela propagação do coronavírus no município de Mogi das Cruzes”.
Feijão e Maria Clara devem responder por causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos; infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa; e por fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime, segundo o boletim. Um inquérito foi instaurado para apuração dos fatos e os autores devem ser intimados.
Feijão, de 31 anos, chegou a ser o tenista brasileiro mais bem ranqueado da ATP, o que aconteceu em 2015, quando alcançou a posição de nº 69 do mundo. No início deste ano, porém, o atleta foi multado e banido do esporte pela Tennis Integrity Union por conta de um caso de manipulação de resultados.
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