Adolescente de 17 anos, mais jovem a morrer de coronavírus no Rio, foi tratada com cloroquina. Kamilly Ribeiro não tinha nenhuma comorbidade. Mãe da jovem, que também adoeceu, perdeu a filha e o pai num período de apenas 12 dias
Kamilly Ribeiro, de 17 anos, é a pessoa mais jovem a morrer vítima do novo coronavírus no Rio de Janeiro. A estudante faleceu na última terça-feira (14) e foi tratada com cloroquina.
A informação foi confirmada pela Secretaria municipal de Saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A adolescente tomou o medicamento quando estava no Hospital Moacyr do Carmo, no mesmo município.
A prefeitura disse que Kamilly e a mãe, Germaine Ribeiro dos Santos, de 43 anos, chegaram a ser testadas para Covid-19, e que o resultado positivo da jovem foi confirmado no dia 2 de abril.
A assessoria da prefeitura também informou que a adolescente foi transferida para um leito de CTI, no dia 24 de março, antes mesmo da confirmação do resultado do teste para Covid-19.
A Secretaria municipal de Saúde usou a cloroquina “conforme indica o protocolo do Ministério da Saúde para o uso do mesmo”, segundo o boletim médico.
A dor da mãe
Assim como a filha, Germaine Ribeiro também apresentou sintomas da doença e foi internada no dia 22 de março numa unidade de saúde de Xerém (RJ). Dois dias depois, ambas foram encaminhadas para o isolamento no Hospital Moacyr do Carmo.
No dia 2 de abril, Edmar Santos Ribeiro, de 71 anos, pai de Germaine e avó de Kamilly, morreu no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), por conta de um acidente vascular cerebral (AVC). Doze dias depois, a mulher perderia a filha para o coronavírus.
Além da imensa dor pelas duas perdas, Gerlaine precisou ficar isolada num quarto e não conseguiu acompanhar os dois sepultamentos. Emocionada, ela lembra dos sonhos interrompidos da filha.
Religiosa e estudiosa, Kamilly cantava numa igreja evangélica, queria cursar Medicina e iria fazer prova do Enem este ano para tentar a vaga numa universidade. Ela não tinha nenhuma doença preexistente.
“Minha filha era uma princesa. Durante o tempo em que eu estive no Hospital Geral de Nova Iguaçu, cuidando do avô dela, ela cuidou do irmão menor. Era uma menina muito obediente, que cantava na igreja. Queria ser médica e missionária para ajudar na obra de Deus”.
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Sobre os últimos momentos com a filha, Germaine afirmou: “Ela ficava em uma cama e eu em outra. Lembro que ela chegou a sentir falta de ar e pediu para trocar de cama comigo. Também fizemos uso de oxigênio. No dia 24, Kamilly passou mal e vomitou. Gritei e chamei os médicos, aí ela foi levada para outro leito e entubada”.
com informações do jornal O Globo
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