Após ataques de Bolsonaro a Mandetta, esposa de Sergio Moro rasga elogios ao ministro da Saúde, mas se acovarda e apaga a publicação em seguida. No entanto, postagem foi printada
A advogada Rosângela Wolff Moro, mulher do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, manifestou, na noite desta quinta-feira (2/4), apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nas redes sociais.
Em paralelo, uma campanha em defesa do titular da Saúde subiu ao topo das menções no Twitter com a hashtag #somostodosMandetta, apoiada por diversos políticos.
A advogada rendeu a homenagem a Mandetta minutos depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que o ministro “extrapolou” e precisa de “humildade” e que não o demitiu porque está no “meio de uma guerra”.
A advogada postou uma foto de Mandetta em seu perfil no Instagram e escreveu: “Entre a ciência e achismos, eu fico com a ciência. Se você chega doente em um médico, se tem uma doença rara, você não quer ouvir um técnico? Mandetta tem sido o médico de todos nós e minhas saudações são para ele. In Mandetta I Trust”. A publicação foi apagada logo depois.
Rosângela Moro adaptou uma frase que já vinha sendo usada pela militância lavajatista em defesa de Moro: “In Mandetta I trust (“Em Mandetta eu confio”, em inglês)”, escreveu ela. Os apoiadores da Operação Lava-Jato, adaptaram a frase “In God we trust” para elogiar Sergio Moro.
Há alguns meses, também ficou famosa a frase “In Fux We Trust”, após vazamento do The Intercept mostrar que o ministro Luiz Fux era o homem de confiança de Deltan Dallagnol no STF.
Bolsonaro ataca Mandetta
Manifestações de apoio a Mandetta aconteceram imediatamente após os duros ataques públicos proferidos pelo presidente ao seu ministro da Saúde.
Há semanas, nos bastidores do Planalto, interlocutores apontam uma tentativa de Bolsonaro de fritar a imagem do médico que atua na linha de frente das medidas adotadas em razão da disseminação da Covid-19 no país.
Ontem, em entrevista à Rádio Jovem Pan, o chefe de Estado afirmou que o subordinado “extrapolou em algum momento”, e completou declarando que Mandetta “não tem humildade” para ouvir o presidente.
“O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que, em algum momento, extrapolou”, acusou.
“O Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele. Pode ser que ele teje (sic) certo, pode ser. Mas tá faltando um pouco mais de humildade dele para conduzir o Brasil neste momento difícil”, continuou.
Mandetta foi questionado pela imprensa após as críticas do chefe e não polemizou tanto. “Ele tem mandato popular, e quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha”, resumiu, em entrevista à Folha de S. Paulo. “Nunca fiz nenhum comentário sobre as ações dele. Não se comenta o que o presidente da República fala.”
Desde os primeiros casos de coronavírus no Brasil, Mandetta defende distanciamento social, mas chegou a mudar de posição em alguns momentos por conta das pressões de Jair Bolsonaro.
as informações são da Agência Estado
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