Hospital de SP faz cesariana de emergência em UTI de coronavírus
Hospital de São Paulo faz cesariana de emergência em UTI de coronavírus. Mãe de 28 anos tem Covid-19 e está em estado grave. "Essa mãe foi um pingo de luz dentro da UTI, aquele lugar cheio de sombras, com um monte de velhinho entubado", relata médica
Uma cesariana de emergência foi realizada dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas em São Paulo na noite do último domingo (12). As informações são da TV Globo.
A mãe, de 28 anos, infectada pelo coronavírus, está em estado grave e com ventilação mecânica. A bebê, uma menina que nasceu com 31 semanas, está na UTI neonatal e passa bem.
A paciente veio de outro hospital em um quadro gravíssimo e foi para a UTI destinada aos pacientes com Covid-19. Ao chegar e ser monitorada, foi visto que o bebê tinha oscilações no coração e estava “em sofrimento fetal”, segundo a obstetra que realizou o parto, Renata Lopes.
“Essa mãe estava muito grave e não tínhamos condição de transferi-la para o centro obstétrico. Então, tomamos a decisão dramática de fazermos o parto na UTI e foi realizado com sucesso”, disse a obstetra.
A pediatra que acompanhou o parto, Glenda Beozzo, contou que foi montado um leito para o bebê ser recebido “no meio do corredor”, já que a transferência para o centro obstétrico apresentava riscos para a mãe e para o bebê. “A gente conseguiu formar um centro cirúrgico em menos de uma hora para conseguir trazer esse bebê”.
“Essa mãe foi um pingo de luz dentro da UTI, aquele lugar cheio de sombras, com um monte de velhinho entubado”, contou a pediatra.
A pediatra contou que uma senhora idosa que também estava na UTI, e consciente, passou a rezar quando viu que o parto estava sendo realizado. “Essa senhorinha passou a rezar compulsivamente, e esse bebê está bem, ele já respira sem a ajuda de aparelhos, é uma criança que vai ficar bem, é um pingo de luz aí nesse mar todo”.
Após o parto, foi feito o exame e o bebê não está com Covid. Os estudos sobre a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o feto, ainda são inconclusivos.
O coordenador da UTI onde a mãe está internada, Bruno Besen, disse que o maior desafio agora é a saúde da mãe. “Felizmente tudo está correndo bem com a criança e agora nosso desafio é cuidar da mãe, que nós ainda estamos precisando mantê-la respirando com ventilador mecânico e fazendo as medidas de suporte necessários para que ela sobreviva a essa condição”.