Pastores que desafiaram isolamento social morrem vítimas de coronavírus
Pastores dos EUA que desafiaram isolamento social e debocharam do coronavírus são infectados e morrem. Um deles chamou a pandemia de "histeria para derrubar Trump". No Chile, bispo evangélico morre após culto com 300 pessoas
Um pastor evangélico dos Estados Unidos que havia contestado as orientações para manter distanciamento social durante a pandemia da Covid-19 e manteve os cultos na sua igreja morreu no último sábado (11).
Gerald Glenn era o líder da igreja evangélica New Deliverance, na cidade de Chesterfield, no estado da Virgínia. A congregação pentecostal divulgou a morte do líder religioso no domingo (12) em uma rede social.
Em uma fala aos membros de sua congregação no dia 22 de março, Glenn falou sobre o coronavírus. De acordo com a mídia local, ele afirmou: “Eu acredito firmemente que Deus é maior que esse vírus amedrontador. Os jornais da região também relataram que Glenn disse que seguiria pregando “a não ser que estivesse na cadeia ou no hospital”.
No dia 30 de março, por ordem do governo do estado, o líder religioso foi obrigado a ficar em casa, isolado. A viúva de Glenn também foi infectada com o vírus.
Em um texto em uma rede social, a filha do casal pediu para que as pessoas entendam a gravidade e severidade da doença. “Não é só sobre você, é sobre cada um ao redor de nós”, escreveu.
“Histeria para derrubar Trump”
No último dia 26 de março, um outro pastor cristão já havia morrido vítima de coronavírus. Landon Spradlin, de 66 anos, também era da Virgínia (EUA) e expressou uma visão negacionista sobre a pandemia.
Apoiador de Donald Trump, Landon afirmou que a mídia estava fabricando uma “histeria em massa” para derrubar o presidente norte-americano.
Morte após culto
No Chile, um bispo evangélico morreu de coronavírus nesta terça-feira (14). Mario Salfate, de 67 anos, conduziu um culto para centenas de pessoas no final de março em uma cidade perto de Santiag. Na época, o governo chileno já havia anunciado medidas de isolamento social.
Salfate presidiu um culto em 16 de março, com a participação de cerca de 300 pessoas na cidade de Paine. Três outros pastores evangélicos foram infectados na ocasião.
A morte do pastor ocorre em meio a uma grande polêmica pelos insistentes apelos de alguns pastores evangélicos para continuar com as cerimônias religiosas e desafiar o coronavírus.