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Primeira-ministra da Nova Zelândia corta o próprio salário em 20%

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Primeira-ministra Jacinda Ardern corta o próprio salário em 20% nos próximos seis meses por causa da crise econômica decorrente da pandemia de coronavírus. Medida também vale para os demais integrantes do governo. País realiza um dos mais rígidos bloqueios do mundo

A primeira-ministra Jacinda Ardern (divulgação)

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, ministros e executivos de seu governo resolveram cortar os próprios salários em 20% nos próximos seis meses. As informações são da agência Reuters.

Os escritórios, escolas e serviços não essenciais da Nova Zelândia foram fechados nas últimas três semanas e a atividade econômica está paralisada, pois o país realiza um dos mais rígidos bloqueios do mundo.

Devido à desaceleração global e doméstica, o governo previu que haverá desemprego no país. “Reconhecemos que os neozelandeses que dependem de salários enfrentaram cortes nos pagamentos ou perderam seus empregos por cauda pandemia global”, disse Ardern durante entrevista coletiva.

Reduzir o seu próprio salário e o dos subalternos “é onde podemos agir”, ela afirmou.

A Nova Zelândia registrou na quarta-feira (15) 20 novos casos de Covida-19. Até agora, o país teve 1.386 infecções e nove mortes.

E se Jacinda fosse brasileira?

Enquanto o Brasil está diante de um presidente que sai às ruas em meio à pandemia e estende a mão para apoiadores beijá-lo, a esperança vem de fora.

Em seis semanas com o vírus circulando pela Nova Zelândia, Jacinda Ardern, tem dado as notícia que os brasileiros gostariam de ouvir.

Na Nova Zelândia, o distanciamento social foi adotado no dia 23 de março, quando nenhuma morte tinha sido relatada ainda. Outra medida adotada por Ardern foi a testagem em massa.

A média do país é de 3.547 pessoas testadas por dia. Em um claro sinal de maturidade política e institucional, as medidas de Ardern para combater o coronavírus são apoiadas até pelos principais opositores.

É importante ressaltar que estrutura socioeconômica, número de habitantes e faixa etária de pessoas infectadas diferenciam a realidade do Brasil da Nova Zelândia, mas a assertividade das decisões poderia servir de inspiração para o presidente brasileiro.

A postura de um líder nesse momento, além de impactar diretamente nas alternativas políticas, como interferência econômica, definições de protocolos de saúde e implementação de políticas públicas sociais, também interfere nas atitudes da população.

Bolsonaro, assim como Trump, caminha na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde. Para o mandatário brasileiro, a Covid-19 é uma “gripezinha”, a cloroquina salva a vida de pacientes e não há necessidade do isolamento.

E se tudo isso fosse dito e levantado por uma mulher, será que o apoio seria o mesmo? Segundo uma pesquisa recente do Datafolha, 33% dos entrevistados ainda consideram o desempenho de Bolsonaro em relação à pandemia ótimo ou bom, 25% apontaram como regular e 39% identificaram com ruim ou péssimo.

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