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Sergio Moro estuda pedir demissão após Bolsonaro tentar aparelhar a PF

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Sergio Moro afirma que pretende pedir demissão após nova ofensiva de Jair Bolsonaro para trocar o diretor-geral da Polícia Federal. Presidente quer no comando da PF um nome que acoberte os escândalos de seus familiares e amigos:

Sergio Moro ameaçou deixar o governo Bolsonaro nesta quinta-feira (23) após uma nova ofensiva do presidente da República para retirar Marcelo Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal.

A Folha de S.Paulo informa que Moro chegou a pedir demissão, mas Bolsonaro tenta reverter a decisão. No entanto, aliados do ministro em Brasília afirmam que ele ainda não formalizou o pedido.

Segundo assessores, o ministro da Justiça demonstrou perplexidade ao ser informado por Jair Bolsonaro da demissão de Marcelo Valeixo — nome de sua confiança e um dos policiais mais respeitados da instituição.

As investidas de Bolsonaro contra Valeixo acontecem desde o ano passado. O presidente luta para colocar no comando-geral da Polícia Federal um nome que não permita o avanço de investigações de escândalos que envolvam seus familiares. O esquema de Flávio Bolsonaro e Fabrício Querioz é o que mais incomoda o chefe do Planalto.

Ao ser informado da demissão de Valeixo, Moro resistiu à troca e chegou a dizer que seria muito ruim para ele, à frente do Ministério da Justiça, perder seu braço direito. Moro ainda exigiu uma justificativa plausível para a substituição, mas nada foi apresentado.

Aliados de Moro confirmam que a saída de Valeixo enfraquece o ministro e significa uma intervenção do presidente na principal corporação de investigação do país.

Recuos e derrotas

Sergio Moro abandonou a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de “herói nacional” pela condução da Lava Jato, para virar ministro de Jair Bolsonaro.

Antes de aceitar o cargo, Moro ouviu da boca de Bolsonaro que teria total autonomia na pasta e receberia o status de superministro. Na prática, porém, o que se viu foram diversas humilhações e recuos.

Recentemente, Sergio Moro e até a sua esposa, Rosângela, posicionaram-se em consonância com Luiz Henrique Mandetta na condução da pandemia do coronavírus. O ministro da Saúde acabou demitido por Bolsonaro na última semana.

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