Redação Pragmatismo
Jair Bolsonaro 24/Abr/2020 às 17:53 COMENTÁRIOS
Jair Bolsonaro

URGENTE: Bolsonaro sugere que Moro o chantageou para ser indicado ao STF

Publicado em 24 Abr, 2020 às 17h53

Jair Bolsonaro diz que Moro só se preocupa com o próprio ego e sugere ter sido chantageado pelo ministro por uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF)

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Pronunciamento de Bolsonaro sobre a demissão de Moro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um pronunciamento na tarde desta sexta-feira (24) para explicar a demissão do ministro Sergio Moro. Em sua fala, o presidente atacou o ex-subordinado.

Para Bolsonaro, “Moro não se preocupa com o Brasil, mas apenas com o próprio ego”. O presidente sugeriu ainda que o ex-ministro o teria chantageado por uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Moro me disse: ‘o senhor pode demitir [Maurício] Valeixo, mas apenas em novembro, após me indicar para uma vaga ao STF”, relatou Bolsonaro, sugerindo que Moro só não se rebelaria contra a demissão do diretor-geral da Polícia Federal caso estivesse com uma vaga garantida no Supremo.

O presidente fez várias acusações contra a dupla (Moro e Valeixo) e disse que a PF se preocupou mais em investigar a morte da vereadora Marielle Franco (Psol) do que a facada que ele sofreu na campanha eleitoral de 2018.

“A PF de Sergio Moro se preocupou mais com quem matou Marielle (Franco, ex-vereadora do Rio) do que com quem tentou matar seu chefe supremo. Cobrei muito deles isso daí, não interferi. Acho que todas as pessoas de bem no Brasil querem saber. Entendo, me desculpe senhor ex-ministro: entre meu caso e o da Marielle, o meu está muito menos difícil de solucionar. Afinal, o autor foi preso em flagrante de delito”, disse.

“Uma coisa é admirar uma pessoa, outra é conviver com ela. Hoje pela manhã, tomando café com alguns parlamentares, eu lhes disse: hoje vocês conhecerão aquela pessoa que tem o compromisso consigo próprio, com seu ego, e não com o Brasil. O que eu tenho ao meu lado é o povo brasileiro”, disparou Bolsonaro.

Bolsonaro ainda lamentou que Moro não tenha se pronunciado sobre militantes bolsonaristas que foram presos em diversas cidades do Brasil por descumprir os decretos de isolamento social contra o coronavírus.

O presidente fez o pronunciamento de hoje rodeado de ministros e parlamentares. Entre eles estavam presentes os deputados Carla Zambelli (PSL-SP), Hélio Lopes (PSL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), terceiro filho de Jair Bolsonaro.

Das mais de vinte pessoas que acompanharam o presidente durante o discurso, apenas o ministro Paulo Guedes usava máscara de proteção contra o coronavírus, medida recomendada pela Organização Mundial da Saúde para evitar a propagação do vírus.

Tristeza com 1º contato

Bolsonaro relatou ter conhecido Moro em março de 2017 e, num primeiro contato, foi ignorado pelo então juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba ao abordá-lo no aeroporto de Brasília.

“Ele praticamente me ignorou. A imprensa toda noticiou isso, dando descrédito à minha pessoa. Confesso que fiquei triste porque era um ídolo para mim. Eu era apenas um deputado, um humilde deputado”, afirmou Bolsonaro.

O presidente também declarou ter se decepcionado: “Não vou dizer que chorei porque estaria mentindo, mas fiquei muito triste. Para minha surpresa, alguns dias depois, eu estava em Parnamirim e recebi um telefonema dele, onde obviamente, sua consciência tocou e ele conversou comigo sobre o episódio. Dei por encerrado o assunto. Me senti de certa forma reconfortado.”

Demissão de Moro

Hoje mais cedo, Moro deixou o cargo e fez várias acusações contra Bolsonaro. O ex-juiz declarou que o mandatário trocou o comando da PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação. Também declarou que Bolsonaro estava preocupado com inquéritos que correm atualmente no STF (Supremo Tribunal Federal). O anúncio foi feito no final da manhã na sede da pasta, em Brasília.

Valeixo foi exonerado pelo presidente na manhã de hoje. O decreto oficializando a mudança, publicado no Diário Oficial da União (DOU), veio assinado eletronicamente tanto pelo presidente quanto por Moro — que negou ter assinado o documento.

No decreto, consta que a exoneração ocorreu “a pedido”. O agora ex-ministro, no entanto, disse que Valeixo não pediu para ser demitido e que a Secretaria de Comunicação do governo federal havia mentido.

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