Coronavírus: Brasil tem o pior dia da pandemia, com recorde de mortos e de novos casos, e já é o 6º no ranking mundial de óbitos. Ministro da Saúde admite necessidade de lockdown em algumas regiões e Fiocruz recomenda que medida seja adotada imediatamente no Rio de Janeiro
O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (6) o balanço dos casos de novo coronavírus no Brasil. São 8.536 mortes no total. Com isso, o País ultrapassou a Bélgica como 6º no ranking mundial de óbitos em decorrência da doença, segundo levantamento da Universidade John Hopkins.
Em 24 horas, o governo teve 615 registros atualizados de mortes por conta da covid-19, maior número registrado no período desde o início da pandemia. O recorde anterior tinha sido a marca anunciada ontem, quanto houve um registro de 600 óbitos no período.
O Brasil também bateu o recorde de novos casos em 24 horas: são 10.381 diagnósticos, o maior aumento diário desde o início da pandemia. No total, o país alcançou 125.096 casos oficiais.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, avaliou que os números, que apontam recorde diário de registros de mortes e de casos, sinalizam que o Brasil ainda não está em uma curva descendente e que os cuidados precisam ser mantidos.
Teich disse que não é “contra ou a favor” a adoção de bloqueios totais (lockdown), e admitiu que eles podem ser necessários em algumas situações. “Vai ter lugar em que o lockdown é necessário”, disse.
“Se você tiver uma situação onde tem alta incidência da doença, infraestrutura baixa, vê a doença crescendo, você vai buscar distanciamento cada vez mais. Este é o extremo da gravidade da situação. É importante que a gente discuta as estratégicas de acordo com a situação de cada lugar”, afirmou.
O ministro disse que o “ideal mesmo” seria o Brasil ter capacidade para realizar testagem e monitoramento amplo da sociedade para não ter que adotar “medidas mais radicais do que precisaria”.
Fiocruz
A Fiocruz enviou um relatório nesta quarta-feira (6) ao Ministério Público do Rio (MPRJ) que recomenda a adoção ações de lockdown no estado do Rio de Janeiro para controle da Covid-19.
Lockdown é uma palavra em inglês que significa confinamento. Na prática, embora não tenha uma definição única, é a medida mais radical imposta por governos para que haja distanciamento social, uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa.
A Fiocruz afirma que a adoção urgente de medidas rígidas tem embasamento técnico-científico.
“Com o objetivo de salvar vidas e com base em análises técnico-científicas, a Fiocruz considera urgente a adoção de medidas rígidas de distanciamento social e de ações de lockdown no estado do Rio de Janeiro, em particular na região metropolitana”, diz o ofício em que a Fiocruz encaminhou ao MPRJ.
O documento contém análises, justificativas e ponderações de especialistas sobre o tema. Em seguida, o Ministério Público encaminhou o ofício aos governos do estado e do município do Rio.
Siga-nos no Instagram | Twitter | Facebook