Em mais um dia trágico, Brasil registra 844 mortes por Covid-19 em 24 horas e tem recorde de novos casos. Ministério da Saúde admite descontrole da pandemia e afirma que país não tem perspectiva de estabilização do coronavírus. Bolsonaro convoca Teich para reunião após nova polêmica sobre cloroquina
O coronavírus avassala o Brasil e não há perspectivas otimistas para o médio prazo. A avaliação é do próprio Ministério da Saúde, que divulgou o mais recente balanço de casos e mortes na noite desta quinta-feira (14).
Foram 844 mortes registradas em apenas 24 horas. O total de óbitos no Brasil chegou a 13.993. Os casos confirmados são 202.918, sendo 13.944 apenas neste balanço — um novo recorde diário.
O Ministério da Saúde afirmou que 54% dos municípios brasileiros já registraram infecções. O secretário substituto de Vigilância em Saúde do ministério, Eduardo Macário, afirmou não saber quando a doença será estabilizada ou reduzida no Brasil.
Ele acrescentou, em entrevista coletiva, que o país chegou à marca de 500 mil testes moleculares realizados nos laboratórios oficiais, dos quais 372.015 tiveram resultado divulgado até o momento.
Nas últimas horas, o presidente Jair Bolsonaro cobrou o ministro Nelson Teich para ampliar o uso da cloroquina para o tratamento do coronavírus. As principais pesquisas do mundo já divulgadas sobre o remédio indicam ineficácia para tratar Covid-19.
Bolsonaro convocou Teich para um reunião de emergência, fora da agenda oficial. Na última segunda-feira, Teich escreveu em seu perfil no twitter, como um “alerta importante”, que a cloroquina “é um medicamento com efeitos colaterais”.
“Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o “Termo de Consentimento” antes de iniciar o uso da cloroquina”, disse.
Por conta da declaração, Teich sofreu ataques nas redes sociais de simpatizantes do presidente que sugeriram até a demissão do ministro da Saúde.
Desde que Teich passou a comandar o Ministério da Saúde, o Brasil gastou apenas 9% do total de recursos e equipamentos destinados ao combate do coronavírus. O valor é dez vezes menor do que o utilizado pelo antecessor no cargo, Luiz Henrique Mandetta.
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