"Despreparo danado. Eu achei que seria diferente. Confiei e me arrependi. Ele faz tudo errado". Ex-jogador Oscar Schmidt é o mais novo a pular do barco bolsonarista
“É minha obrigação ficar em casa. Esse vírus é perigoso e mata. Estou trancado há três meses, deixando de ganhar dinheiro com eventos, palestras e publicidade por um bem maior que é minha saúde e o Brasil. Sou um soldado do meu país, e se preciso for, entro na guerra também.”
A declaração acima é de Oscar Schmidt, ídolo do basquete brasileiro que atualmente trabalha como palestrante motivacional. O ex-atleta apoiou o presidente Jair Bolsonaro, mas se diz arrependido.
“Eu votei no Bolsonaro, tinha um otimismo danado nele, muito mais que a maioria das pessoas. Mas todos os dias o cara dá chance pro azar. Eu achei que seria diferente. Confiei e me arrependi. Ele tem mostrado ser outra pessoa, com um despreparo danado para ocupar um posto tão importante”, afirmou, em entrevista ao portal UOL.
“É muito triste durante uma pandemia a gente ainda ter que se preocupar com política. Esse vírus não tem partido, ele pode matar qualquer um. E pra quem ainda chama isso de gripezinha, isso me deixa louco”, continuou.
Oscar Schmidt está tratando um câncer descoberto há 9 anos e passa o isolamento social no interior de São Paulo com sua esposa, Maria Cristina, e uma funcionária que mora com o casal.
“Já abri minha cabeça, de orelha a orelha, duas vezes. A vida é uma só. É muito bom viver, não quero morrer. Eu tinha muito medo da morte, o câncer me fez perder esse pavor. Mas pra isso sigo regras. Se eu sair de casa, posso me infectar com esse vírus maldito e morrer. Faço meu isolamento, uso máscara, e realizo todos os procedimentos de desinfecção”, declara.
“Eu acho que falta humildade dos políticos, porque tem gente morrendo e eles querem discutir posições ideológicas. Como o presidente vai a pé do Planalto até o Supremo, fala para mim? Como ele se enfia no meio de uma manifestação? Ninguém aprova isso. Você é exemplo, tem que ser exemplo, meu amigo. Usa a máscara, troca a roupa, deixa o sapato fora de casa”, desabafa.
“Fico indignado quando vejo alguém que deveria ser exemplo a ser seguido fazendo tudo diferente, fazendo tudo errado. Nas ruas, muita gente sem máscara. Claro, né? Se a população ouve o presidente dizendo que não precisa de máscaras, pra que usar?”
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