Educação

Como Abraham Weintraub fugiu para Miami sem ser barrado

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As fronteiras dos EUA estão fechadas aos brasileiros por conta da pandemia, mas Weintraub usou um passaporte diplomático para fugir. Para além de qualquer coisa, trata-se de um covarde, como todo falastrão

Kiko Nogueira, DCM

Abraham Weintraub está nos Estados Unidos, conforme confessa seu irmão Arthur no Twitter. O próprio ex-ministro está postando de Miami. “As coisas aconteceram muito rapidamente”, justificou a um seguidor na manhã de hoje.

Após anunciar sua saída do Ministério da Educação, Abraham Weintraub avisou que daria no pé. “Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!”, escreveu.

Ele tenta uma boquinha de R$ 111 mil mensais numa representação brasileira no Banco Mundial, que fica sediado em Washington, mas o repúdio na entidade é grande.

Weintraub é investigado no inquérito que apura fake news e ataques contra os ministros do STF. “Agora é evitar que me prendam, cadeião e me matem”, falou à CNN.

Parlamentares pediram que o Supremo retivesse o passaporte dele. Abraham também é investigado no tribunal por racismo por contra a China num comentário canalha nas redes.

As fronteiras dos EUA estão fechadas aos brasileiros. Vôos para a Flórida, restritos.

Weintraub confessou um plano de fuga. Bolsonaro sabia? O governo ajudou? Como isso foi costurado? Ele não foi exonerado e usou um passaporte diplomático para fugir.

Para além de qualquer coisa, trata-se de um covarde, como todo falastrão. Por que o sujeito não encara aqui essas ameaças, como o machão que se diz? Ora, peça ajuda aos 300 do Brasil.

Considere o exemplo de Lula no extremo oposto. Com a Lava Jato e a mídia à sua caça ao longo de anos, sempre se recusou a se escafeder.

Em 2018, no Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, explicou por que ficaria para lutar por sua inocência. “Primeiro, que eu não tenho medo das denúncias contra mim, porque sou inocente. E não sei se meus acusadores são inocentes. Segundo, eu poderia ter fugido”, relatou num vídeo.

“Estive na divisa do Paraguai com o Brasil, estive em Foz do Iguaçu, vizinho do Uruguai e da Argentina. Eu poderia ter saído, poderia ter ido para uma embaixada”.

Mais: “Não quis fugir porque quem é inocente não corre, enfrenta os problemas”.

O próprio Ciro Gomes sugeriu que Lula fosse levado — a ideia era “sequestrar” o então amigo — a uma embaixada com um pedido de asilo.

Weintraub quer escapar da lei e de inimigos fantasmas. Lula enfrentou os adversários em sua terra.

Quem é o patriota? Quem é o corajoso? Quem é o cidadão de bem? (Essas palavras precisam ser ressignificadas, para usar um termo da hora).

Para gente da laia de Weintraub, “Brasil acima de tudo” é apenas um slogan vagabundo para se gritar a hienas a caminho do aeroporto.

PS.: O tuíte de Arthur Weintraub informando que seu irmão, Abraham Weintraub, estava nos Estados Unidos foi a senha para que o governo publicasse a exoneração do ministro da Educação. O consulado em Miami sequer foi avisado de sua chegada aos Estados Unidos, algo incomum. Sempre que há um ministro de estado a caminho do país, os consulados do destino são avisados a fim e entrar em contato e perguntar se há necessidade de algum apoio. Neste caso, não houve qualquer informação.

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