Saúde

Coronavírus: Brasil tem o 2º pior dia da pandemia e pesadelo parece não ter fim

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Com 20% dos novos casos do mundo, Brasil registra o 2º maior número de óbitos por coronavírus em 24 horas. Em São Paulo houve recorde de mortes. Prefeito de Belo Horizonte ameaça lockdown e Porto Alegre anuncia fechamento de shoppings, comércio de rua e construção civil

(Imagem: Yan Boechat)

O Ministério da Saúde confirmou 1.374 registros de mortes no Brasil por coronavírus em 24 horas — o segundo maior registro da pandemia. O recorde segue do dia 4 de junho, que somou 1.473. O Brasil agora tem 52.771 mortos.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, foram contabilizados 39.436 casos nas últimas 24 horas. O total é de 1.151.479.

Pelos dados do governo, a alta de novas infecções nas últimas 24 horas também é o segundo maior registro no período — perdendo apenas para os 54.771 do dia 20 de junho.

O governo federal divulgou que mais de 479 mil pacientes seguem em acompanhamento, enquanto 613.345 se recuperaram desde o início da pandemia.

O Ministério da Saúde gastou menos de um terço dos R$ 39,3 bilhões liberados para o combate ao novo coronavírus. A informação é do titular da pasta, general Eduardo Pazuello, que participou de uma audiência pública remota da comissão mista criada para acompanhar as ações do governo federal no enfrentamento à covid-19.

De acordo com o ministro interino, o Ministério da Saúde pagou até agora R$ 10,9 bilhões — o equivalente a 27,2% do total.

Desde o início da crise provocada pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou oito medidas provisórias com recursos específicos para a Saúde. Nenhuma delas teve os recursos integralmente aplicados, segundo Pazuello.

SÃO PAULO

O estado de São Paulo teve 434 mortes confirmadas pela covid-19 nas últimas 24 horas — número mais alto desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 389 vítimas do novo coronavírus, registrado no dia 17 de junho.

Ao todo, o estado chegou a 13.068 mortes e 229.475 casos de pessoas infectadas. De acordo com o governo paulista, os números são maiores às terças-feiras como consequência de um atraso na contabilização de casos aos sábados e domingos.

BELO HORIZONTE

Para o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), a situação da cidade em relação ao novo coronavírus “não é boa”. Ele afirmou que, dependendo dos números divulgados hoje, pode decidir sobre um lockdown da capital mineira.

“Estou esperando resultado de hoje, mais tarde, mas se amanhã eu precisar convocar a imprensa e fechar cidade, não tenho o menor constrangimento em fazer isso. A situação de Minas Gerais se tornou gravíssima, despreparada e apavorante, como eu disse em março”, disse em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.

Ele já havia ameaçado o lockdown na sexta-feira (19). Em coletiva, ele disse que “se a população de Belo Horizonte continuar avacalhando, vou fechar a cidade”.

Kalil também descartou a possibilidade de permitir a abertura de estabelecimentos como bares, shoppings, restaurantes e outras lojas: “O que eu posso falar é que eu não vou abrir. Posso falar porque os cientistas já falaram que o momento é perigoso.”

PORTO ALEGRE

Sob bandeira vermelha, Porto Alegre agora irá endurecer regras para controlar a pandemia de Covid-19. As novas medidas, como a paralisação da construção civil, indústria e comércio, foram anunciadas pela prefeitura depois de um decreto municipal, do final de semana, que afrouxava as restrições do estado — prefeitos só podem restringir mais e não menos.

O procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, chegou a dizer que casos de inadequação, como de Porto Alegre, poderiam ser responsabilizados por improbidade administrativa.

Agora, a capital gaúcha permitirá que academias funcionem com apenas um aluno por vez, antes podiam com um aluno a cada 16m². Além disso, a construção civil e indústria deverão parar. Shoppings e comércio de rua também devem ficar fechados, exceto farmácias e mercados. Restaurantes poderão atender no sistema de retirada e tele-entrega.

As regras entram em vigor a partir de quarta-feira (24) para comércio e serviços, quinta (25) para alimentação e sexta (26) para indústria e construção civil.

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