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Exploração Trabalhador 26/Jun/2020 às 18:42 COMENTÁRIOS
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Identidade de madame que escravizou idosa em SP é revelada

Publicado em 26 Jun, 2020 às 18h42

Madame que escravizou idosa em São Paulo é alta executiva da Avon e filha de comestóloga conhecida nacionalmente. Polícia omitiu nome da patroa e caso só foi revelado uma semana depois do resgate da vítima. Avon se pronunciou após o escândalo

Mariah Corazza Üstündag
Mariah Corazza Üstündag (esq). Posicionamento da Avon (dir).

Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, é o nome da patroa que escravizou uma idosa em um bairro nobre de São Paulo. Ela foi presa, mas pagou fiança e já está solta.

Mariah é uma funcionária do alto escalão da Avon. No Linkedin, consta que ela é gerente global da marca no setor de “inovação em fragrância”. Estudou na Universidade de São Paulo (USP) e é filha de uma famosa cosmetóloga brasileira, Sônia Corazza.

As redes sociais de Mariah foram bloqueadas após o escândalo vir à tona. A princípio, a polícia e o Ministério Público do Trabalho (MPT) não divulgaram o nome de Mariah. O resgate da idosa aconteceu na quinta-feira (18) da semana passada, mas apenas hoje o caso foi divulgado.

Sônia, mãe de Mariah, é engenheira química e foi responsável por criar produtos para as principais empresas de cosmético do país e do exterior, como Natura, Boticário e Avon.

Posicionamento da Avon

A Avon tem sido citada por internautas em redes sociais que cobram posicionamento da empresa a respeito do caso. Pelo Instagram, a marca respondeu seguidores e informou as primeiras medidas.

“Tomamos conhecimento sobre o caso de denúncia de violação de diretos humanos de uma das nossas funcionárias com surpresa e muita preocupação. A funcionária já foi afastada e estamos apurando os detalhes para aplicar as medidas cabíveis de acordo com nosso Código de Ética e Compliance e da legislação brasileira. A Avon repudia qualquer prática ilícita e reforça seu compromisso com a defesa irrestrita aos direitos humanos, transparência e ética. Obrigada pelo contato”, escreveu.

Atualização: Após a publicação deste texto, a Avon entrou em contato com o Pragmatismo Político e enviou a seguinte nota:

“Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima.”

Entenda o caso

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) resgatou na última quinta-feira (18) uma idosa de 61 anos que trabalhava como empregada doméstica em uma casa no Alto de Pinheiros, bairro nobre de São Paulo.

Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, foi presa no local, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 2,1 mil. A doméstica trabalhava para a família dela desde 1998.

Ao chegarem na residência, os policiais encontraram a empregada doméstica morando em um depósito de tralhas e móveis no quintal da casa, dormindo em um sofá velho, sem receber alimentação e sem acesso a banheiro.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT), que solicitou o mandado de busca e apreensão, a idosa estava sendo vítima de agressão, maus tratos, constrangimento, tortura psíquica, violência patrimonial e exploração do trabalho por seus empregadores. A idosa não recebia salário desde 2011.

SAIBA MAIS: Idosa que viva como escrava em casa de luxo é resgatada

A cosmetóloga Sônia Corazza, mãe de Mariah (divulgação/wikipedia)

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