Preso hoje, Luciano Ayan é uma espécie de 'oráculo' do MBL e considerado um dos grandes disseminadores de fake news no Brasil. Ele espalhou boatos sobre Marielle Franco e também ajudou Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, mas deixou de apoiar o presidente e se tornou um crítico da atual gestão
Dois integrantes do MBL foram presos na manhã desta sexta-feira (10) em operação realizada pela Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Receita Federal.
Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso são investigados pelo desvio de mais de R$ 400 milhões de empresas. De acordo com o MP, praticaram lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
São cumpridos seis mandados de buscas e apreensão, um deles na sede do Movimento Brasil Livre na Vila Mariana, em São Paulo.
Em nota, o MBL afirma que os dois “não são integrantes e sequer fazem parte dos quadros do MBL. Ambos nunca foram membros do movimento.”
A verdade é que a ligação é umbilical. Carlos Augusto de Moraes Afonso ficou famoso sob o pseudônimo de Luciano Ayan.
SAIBA MAIS: Luciano Ayan é piada há muito tempo na internet
No início de 2018, ele admitiu ser o dono da página Ceticismo Político, que disseminou fake news sobre a morte de Marielle Franco. Detalhou como operava a Arthur do Val, o Mamãe Falei, hoje deputado estadual.
A conta foi retirada do ar pelo Facebook após ter sido apontada como grande impulsionadora das calúnias contra Marielle, agindo em conluio com o MBL.
Afonso/Ayan é sócio de Pedro D’Eyrot (veja aqui), líder e um dos fundadores do grupelho em uma consultoria. Até o início deste mês, ele também era sócio, em outro negócio, de Rafael Rizzo, coordenador de comunicação do MBL.
Na Receita Federal, consta que a Yey Inteigência tem sede no Centro de São Paulo e capital social de R$ 30 mil, sendo que o dirigente do MBL possui 75% das cotas.
Outra empresa do consultor ligada a lideranças do MBL é a Itframing Serviços de TI que foi criada em 12 de julho de 2016, três meses depois do golpe em Dilma.
O sócio de Afonso era Rafael Almeida Rizzo, coordenador de comunicação do MBL.
Afonso ratifica que o MBL desde sempre compartilhou o material publicado no site Ceticismo Político por concordar com as análises feitas por ele.
“Existe uma relação de parceria, porque o movimento desde o início compartilhou o meu material, concordou com as minhas análises de guerra política e muitas das estratégias que publiquei foram adotadas”, falou.
Ex-olavista, Afonso/Ayan tornou-se crítico de Bolsonaro após fazer campanha para o sujeito.
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