Polícia Militar

Jovem que sonhava ser policial é colocado de joelhos e executado por um PM

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Colocado de joelhos e executado por PM, jovem de 25 anos exibia no WhatsApp admiração pela polícia e sonho de ser policial. Sem nenhum antecedente criminal, ele estudava para os concursos das polícias Civil, Militar e Federal

Foto de Vitor ferido na perna, mas ainda vivo e ao lado de um policial em Salvador

Vitor Santos Ferreira Jesus, de 25 anos, foi executado pela 9ª Companhia Independente da Polícia Militar no último domingo (26) no bairro Campinas de Pirajá, em Salvador (BA).

O jovem, que não tinha antecedentes criminais, trabalhava em um supermercado e estudava para concursos, pois tinha o sonho de ser policial. No WhatsApp, Vitor exibia a frase “É só questão de tempo” seguida de ‘emojis’ com livros, um policial fardado e uma caveira.

“Ele sonhava em ser policial. Nunca teve antecedentes criminais. Sempre trabalhou, tinha acabado de comprar o carrinho dele. Não tinha filhos. A mãe dele só tinha ele. A mãe dele está arrasada e tem problema de coração. Só vive falando em se matar. Esses caras destruíram duas vidas de uma só vez. O Ministério Público e a SSP precisam investigar isso. Ele foi colocado de joelho e morto”, disse um familiar de Vitor ao site ‘Informe Baiano’.

Vitor foi assassinado na noite de domingo. Ele saiu do trabalho e parou em uma festa para se divertir com vizinhos do seu bairro.

Versão da PM

Em nota, a corporação disse que a 9ª CIPM foi acionada pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom) para atender denúncia de som alto provocado por um “paredão”.

“No momento em que a guarnição chegava ao local todas as pessoas presentes, ao avistarem a presença da viatura, correram”, diz o comunicado da PM, que acrescenta que um grupo de homens estaria armado e teria atirado contra os policiais.

“Ao finalizar os disparos, os policiais fizeram varredura no local na tentativa de identificar os envolvidos, porém foi encontrado um indivíduo ferido. A guarnição prestou socorro até o Hospital do Subúrbio, no entanto ele não resistiu aos ferimentos”, pontua a nota.

Por fim, a PM informa que foram encontrados com Vitor “um revólver calibre 38, um carregador calibre 09 mm alongado com 12 munições, 172 pinos de cocaína, 67 papelotes de maconha, 31 pinos de maconha. A ocorrência foi registrada na Corregedoria da PM”.

Testemunhas

Um amigo que estava com Vitor nega a versão da PM e acusa a guarnição de execução. Segundo ele, o rapaz foi rendido e morto. “Podem acusá-lo do que quiser, menos de ser criminoso. Ele tinha o sonho de ser policial porque dizia que queria servir à sociedade. Fazia curso preparatório e queria se tornar um policial fosse militar, civil ou federal. Colocaram drogas, armas com ele. Ele não tinha arma, não tem vestígio de pólvora”.

“Todos que estavam na festa relataram que a guarnição entrou na localidade disparando contra a população. As pessoas correram. Vitor, como não devia nada, saiu andando. Ele foi alvejado na perna e estava com vida. Os policiais pegaram ele e acionaram outra viatura, quando a outra viatura chegou, Vitor estava sentado no chão e deve ter pensado que seria socorrido. Mas ele recebeu outros tiros no abdômen e peito”, disse um familiar do rapaz.

Com medo de represálias, o morador que registrou as imagens da ação policial saiu temporariamente da comunidade. Vitor era um rapaz de família humilde e, temendo retaliações, seus parentes também estão com medo de oficializar uma denúncia na Corregedoria da Polícia Militar.

Vitor:

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