O que já se sabe sobre os moradores de rua que morreram após comer marmita
Mulher que preparou as comidas presta depoimento na delegacia e é liberada. Médica e delegado reforçam as suspeitas de que houve envenenamento. Alimentos foram distribuídos em dois veículos. Adolescentes que sobreviveram permanecem internados em estado grave
A mulher que preparou as marmitas consumidas por dois moradores de rua e um cachorro que morreram na terça-feira (21) em Itapevi, Grande São Paulo, prestou depoimento na delegacia após se apresentar espontaneamente. Ela não teve a identidade revelada pela polícia e foi liberada.
A investigação apreendeu a comida, que passará por análise para saber se estava envenenada. Também serão realizados exames nos corpos das vítimas para saber o que os matou. Os sobreviventes serão examinados para saber se foram intoxicados. A mulher contou à Polícia Civil que a família dela comeu o mesmo alimento, mas não passou mal.
As vítimas são José Luiz de Araújo Conceição, de 61 anos, e Vagner Aparecido Gouveia de Oliveira, de 37. O cão que estava com eles no posto de combustíveis abandonado também comeu o alimento e morreu em seguida.
Flávio Araújo, um comerciante que passava por perto, também recebeu as marmitas, mas não comeu na hora. Ele levou pra casa e entregou para mulher, uma moça de 17 anos, e para o filho de 11 anos. Os dois adolescentes comeram o alimento, passaram mal e foram entubados em estado grave num hospital.
Flávio disse que era amigo de Vagner, um dos moradores de rua que morreu. “A médica falou que parece envenenamento mesmo, por chumbinho ou outro tipo”, disse o vendedor de churros.
Um vídeo mostra dois carros entregando marmitas às 22:00 de terça (21) e, na madrugada de quarta (22), os dois moradores de rua passaram mal e foram a óbito. O cachorro que vivia com eles também morreu após comer o alimento.
Os moradores de rua ficavam num posto de gasolina desativado em Itapevi. Segundo testemunhas que socorreram as vítimas, elas pediram ajuda reclamando de dores de barriga.
O delegado do caso, Aloysio Ribeiro de Mendonça Neto, afirma que a comida pode ter sido envenenada ou ter estragado. No entanto, diz que foram encontrados pequenos corpos pretos no alimento, o que aponta serem chumbinho.