Saúde

Avó de Michelle Bolsonaro morre vítima de Covid-19

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Abandonada pela família, avó da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, é mais uma vítima fatal do coronavírus. Consta no prontuário médico que a idosa foi "encontrada por populares caída no meio da rua com falta de ar e levada ao pronto-socorro". Em uma de suas internações, a idosa foi deixada no corredor de um hospital

Michelle e a avó (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

Morreu nesta quarta-feira (12), vítima de coronavírus, a avó materna da primeira-dama Michelle Bolsonaro. O óbito de Maria Aparecida Firmo Ferreira, de 81 anos, foi confirmado por Maria de Fátima Ferreira, filha da idosa. Ela estava internada na enfermaria do Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

“Deus resolveu levar minha mãezinha, não consigo acreditar. Ela lutou tanto, mostrou tanta força, mas não resistiu. Estamos todos muito abalados”, declarou a tia da primeira-dama.

Na semana passada, a idosa havia deixado a unidade de terapia intensiva do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com um quadro clínico considerado estável, quando foi transferida novamente para o HRC, primeira unidade onde ficou internada.

Maria Aparecida manteve as dificuldades respiratórias – ela chegou a ter 78% da capacidade pulmonar comprometida – e fez uso de máscaras de oxigênio como forma de dar mais conforto durante o tratamento contra o Sars-Cov-2. Ela também manteve a alimentação enteral, por meio de sondas durante todo o tratamento.

Abandonada

Maria Aparecida Firmo Ferreira era mantida à distância por Michelle e até mesmo pelo próprio Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ). Ao se referir à idosa, o presidente chegou a comentar que “parente bom é parente distante”.

De acordo com o prontuário médico, a avó da primeira-dama foi encontrada no dia 1º de agosto “por populares, na rua, caída” e levada para o HRC, com falta de ar. Antes disso, em agosto de 2019, Maria Aparecida deu entrada com fêmur fraturado no Hospital Regional de Ceilândia, onde aguardou no corredor o momento da cirurgia.

Foi naquela ocasião que Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre a avó de Michelle, fez a declaração sobre ‘parentes’. O presidente ainda emendou que o ‘SUS deveria servir a todos’, do mais rico ao mais pobre. No entanto, após ser criticado pela imprensa, o presidente determinou que a idosa fosse transferida para um hospital particular.

Ficha corrida

Segundo publicou a revista Veja, antes de se aposentar, a idosa tentou ganhar a vida traficando drogas. O jornal localizou nos arquivos da 1ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do Distrito Federal o processo que detalha o dia em que Maria Aparecida Firmo Ferreira, então com 55 anos, foi presa em flagrante.

Em 1997, a avó da primeira-­dama era conhecida nas ruas como “Tia” e, segundo a polícia, sua principal atividade era vender drogas no centro de Brasília. Em julho daquele ano, ela foi surpreendida com 169 “cabecinhas de merla”, um subproduto da cocaína.

A mãe de Michelle, Maria das Graças Firmo Ferreira, também tem ficha corrente na polícia, investigada por falsificação ideológica. Em 1989, o Ministério Público remeteu o inquérito para a Justiça. Maria das Graças foi indiciada por falsidade ideológica, que prevê pena de até cinco anos de prisão em regime fechado, porém, em 1994, depois de ficar mais de cinco anos parado na Vara Criminal, o processo foi arquivado.

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