Grandalhão branco que humilhou e proferiu ataque racista contra trabalhador vive às custas do pai e da mãe e é admirador de Olavo de Carvalho, o guru do bolsonarismo. Segundo testemunhas, o agressor se comporta educadamente com pessoas de sua classe social e ofende os mais humildes
Mateus Abreu Almeida Prado Couto, 31, é o nome do homem que humilhou e fez declarações racistas (vídeo aqui) direcionadas a um trabalhador que entrega comida por aplicativos. As informações são do jornalista Tacio Lorran, do site Metrópoles.
O jornalista teve acesso ao Boletim de Ocorrência registrado pelo entregador — que também se chama Matheus — após o incidente. “Mateus Abreu Almeida Prado Couto é contabilista e tem apenas o ensino médio completo”, apurou o jornalista.
Nas redes sociais, o agressor já admitiu sua admiração por Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro. “Eu tenho muito orgulho de ter descendência portuguesa, como Olavo de Carvalho escreve ‘O idioma que herdamos de Camões é uma língua de guerreiros navegantes, não de cortesãos efeminados'”, escreveu Mateus.
O também jornalista Joaquim de Carvalho, do DCM, descobriu mais ao conversar com pessoas que conhecem Mateus Abreu pessoalmente. Segundo testemunhas, o homem costuma ser grosseiro com pessoas de classe social inferior. Confira:
Era a segunda vez que os Mateus (o nome do entregador é Matheus Pires) se encontravam no mesmo local. Na primeira, conta o entregador, ele já foi recebido com grosseria, por ter dificuldade de localizar o endereço de entrega. Na segunda, por conta de um problema no interfone, ele foi alvo de ofensa racista.
Mateus vive às custas do pai e da mãe, que é advogada, segundo contam outras pessoas que já foram ofendidas por ele. Ele é conhecido por circular em uma picape da Ford, que teria ganhado de presente da mãe, e também em um Honda Fit preto, que seria do pai.
Há algumas semanas, ele entrou sem máscara em um restaurante de um pequeno centro de compras da região, o Itamaracá Mall. Avisado de que não poderia permanecer ali naquelas condições, em respeito a um decreto municipal, ele não saiu e ainda ameaçou o gerente.
“Você é favelado, vou descobrir a quebrada onde você mora e você vai ver”, disse, segundo recorda o funcionário do restaurante. “Ele assustou outros clientes do restaurante, que se ofereceram para ser minhas testemunhas em uma queixa na delegacia. Preferi deixar para lá, porque ele mora no condomínio próximo, poderia gerar problema”, afirmou.
A mãe de Mateus teria argumentado na polícia que o filho sofre de distúrbios mentais. Os trabalhadores já ofendidos por ele não concordam, segundo conta o funcionário do restaurante. Dizem que ele é um playboy que se comporta educadamente com pessoas de sua classe social e ofende os mais humildes.
“Se tivesse problema mental, não ficaria o dia inteiro andando de carro com amigos, para baixo e para cima. Ele se considera superior mesmo”, disse.
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