PM que invadiu apartamento e agrediu mulheres tem identidade revelada
Policial Militar de Santa Catarina que agrediu vizinhas e desfigurou o rosto de uma delas tem a identidade revelada. O agressor, que permanece impune, já chegou a receber homenagem da Câmara Municipal de Lages. Ministério Público entrou no caso
Márcio Hugen é o nome do policial militar que provocou indignação ao protagonizar cenas de covardia na cidade de Lages, em Santa Catarina (veja o vídeo aqui).
O homem invadiu o apartamento de quatro estudantes universitárias e as agrediu com um cassetete. A esposa dele também participou das agressões. Uma das vítimas ficou com o rosto desfigurado.
As moradoras do apartamento têm idades entre 21 e 23 anos e comemoravam com música a entrega do trabalho de conclusão de curso (TCC) de uma delas, a estudante de veterinária Marina Kühl, 23. Elas também receberam uma amiga.
Márcio Hugen havia reclamado do barulho por interfone e ameaçado subir para terminar com a reunião. A mulheres desligaram o som às 22h. “Vou bater em quem eu tiver que bater nessa merda”, diz o policial no vídeo.
Depois ele bate com o cassetete na mesa da casa. “A gente está dentro de casa comemorando o TCC”, respondeu Luana Gallo 21, estudante de história.
“Tu acha que é quem para entrar na minha casa e apontar essa merda para mim?”, diz ela. O policial fez o gesto de que bateria nela com o cassetete.
Em uma das cenas do vídeo, a mulher do policial aparece correndo para dentro do apartamento para arrancar o celular de Kühl, que filmava a situação. A tentativa gerou reação das universitárias, e o policial passou a agredi-las fisicamente.
As imagens mostram Kühl apanhando no chão. “Para de bater nela”, implora outra estudante. Fotografias mostram Jainara Perin, 21, com o olho inchado após apanhar no rosto com o cassetete.
“Cidadão de bem”
Márcio Hugen encarna o perfil do típico “cidadão de bem” brasileiro. Ele é um dos coordenadores de um programa de prevenção do uso de drogas nas escolas, o Proerd.
O policial chegou a receber homenagem na Câmara Municipal de Lages (imagem que ilustra a matéria), juntamente com mais 12 colegas de profissão.
A PM diz que, como Márcio estava de folga, responderá como ‘cidadão comum’. No entanto, o homem utilizou um instrumento de trabalho para espancar as jovens.
Buzinaço
Após a repercussão das agressões, um buzinaço aconteceu nesta terça-feira (4) à noite. Segundo a organização do protesto, centenas de carros saíram da frente da Universidade do Estado de Santa Catarina, onde algumas das jovens agredidas estudam, e foram até o bairro São Cristóvão, no batalhão da Polícia Militar da cidade. Os manifestantes pedem Justiça para que o caso não fique impune.
Um boletim de ocorrência foi registrado, as jovens fizeram exame de Corpo de Delito. Das cinco meninas envolvidas, três delas tiveram hematomas.
A polícia civil abriu um inquérito para investigar o caso e o Ministério Público também acompanha a situação, através da 10ª Promotoria de Lages.
A Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina (DPE-SC) também se colocou à disposição das vítimas e emitiu uma nota de repúdio à agressão praticada pelo policial militar.
Buzinaço: