Barbárie

Trabalhador morre no Carrefour, corpo é coberto e local continua funcionando

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Desumanidade: Trabalhador morre em supermercado no Recife, corpo é coberto por guarda-sóis e local continua funcionando como se nada estivesse acontecendo. Carrefour divulga três notas para tentar justificar episódio

Absurdo: Carrefour continua atividades normalmente após morte de trabalhador dentro do supermercado (divulgação)

A morte de um homem no Supermercado Carrefour, no Recife (PE), não impediu que o local continuasse funcionando normalmente como se nada estivesse acontecendo. O caso aconteceu na última sexta-feira (14), mas só agora ganhou repercussão após milhares de denúncias de internautas.

A vítima é um representante de vendas que faleceu enquanto trabalhava. O corpo dele foi coberto por guarda-sóis e cercado por caixas de papelão, engradados de cerveja e tapumes improvisados entre as gôndolas.

Funcionários e clientes denunciaram a desumanidade da administração local, que decidiu não fechar o supermercado. O Carrefour identificou o homem como Moisés Santos e disse, em nota, que a causa da morte foi infarto fulminante.

“O homem tinha 53 anos e trabalhava como representante de uma empresa de alimentos. Ele morreu, parece que de um mal súbito, e o corpo ficou lá das 7h30 até as 11h. Ficaram esperando a chegada do IML [Instituto de Medicina Legal] “, afirmou o representante Renato Barbosa.

Segundo Barbosa, o supermercado estava cheio no momento em que o cadáver ficou coberto e isolado no corredor. “Dava para ver o corpo e as pessoas comentaram”, contou. A área onde ficou o corpo também foi isolada por uma fita amarela e preta e engradados de cerveja.

Em resposta aos comentários feitos pela internet, o Carrefour publicou três notas nas redes sociais. Na primeira delas, a empresa lamentou o que aconteceu na loja.

O Carrefour também disse que a equipe de prevenção e riscos acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), assim que o prestador de serviços começou a passar mal, e “seguiu todos os protocolos durante o socorro e após o falecimento”.

A empresa disse ainda que segue “prestando toda assistência necessária para a família, neste momento tão difícil”. O Carrefour afirmou que “os protocolos para que as lojas sejam fechadas quando fatalidades como essa aconteçam já foram alterados”.

Nas redes sociais, as crítica se intensificam à medida em que o caso ganha mais visibilidade. “O que somos para a empresa? Apenas lucro. O Carrefour não podia perder horas de lucro e decidiu ‘esconder’ o corpo do homem e vida que segue. É a banalização da morte”, lamentou uma internauta. “Mais um dia comum na selva capitalista”, observou outro.

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