Redação Pragmatismo
América Latina 01/Set/2020 às 18:09 COMENTÁRIOS
América Latina

Enquanto Bolsonaro tributa livros, Fernández tenta tributar grandes fortunas

Publicado em 01 Set, 2020 às 18h09

Governo da Argentina envia ao parlamento proposta de novo imposto sobre grandes fortunas. O tributo será cobrado uma única vez como forma de arrecadar dinheiro para custear programas sociais e obras pós-pandemia. Imposto deve recair sobre pessoas com patrimônio acima de R$ 15 milhões

Alberto Fernández grandes fortunas
Alberto Fernández (reprodução)

O governo da Argentina enviou na sexta-feira, 28, um projeto de lei ao Congresso para taxar grandes fortunas. O objetivo é arrecadar 300 bilhões de pesos (cerca de R$ 21 bilhões) por meio de um imposto extraordinário, que deve recair sobre aproximadamente 12.000 argentinos que têm acima de 200 milhões de pesos (R$ 15 milhões) em patrimônio.

O imposto seria aplicado apenas uma vez e foi apresentado pelo deputado Carlos Heller e pelo líder do partido governista Frente de Todos na Câmara, Máximo Kirchner, filho da ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner.

Em comunicado, o partido Frente de Todos informou que o valor arrecadado com o imposto será usado para “comprar equipamentos de saúde para enfrentar a pandemia, apoiar as pequenas e médias empresas com subsídios e créditos e desenvolver bairros populares com obras que empregam os moradores”.

O governo também disse que quer usar o imposto para realizar obras, equipar a petrolífera estatal YPF para produzir e distribuir gás natural e pretende ainda financiar o relançamento de um plano que concede subsídios a jovens estudantes.

Na semana passada, o presidente da Argentina Alberto Fernández anunciou o congelamento das tarifas de internet, TV a cabo e celular até o final do ano. O governo já congelou os preços de mais de 2.000 outros bens de consumo e tentou nacionalizar o maior comerciante de soja do país.

“Enquanto no Brasil Bolsonaro tributa livros, lá Alberto Fernández tenta tributar grandes patrimônios. Serão tributados os que têm patrimônio igual ou superior a R$ 15 milhões. Nesse caso, o imposto seria de 2%, ou R$ 300 mil, pagos apenas este ano. Mas claro que já começou a gritaria da direita”, observou o jornalista Moisés Mendes.

SAIBA MAIS: Como a taxação de livros proposta pelo governo dificultará o acesso à educação

Recomendações

COMENTÁRIOS