Amigos de longa data, Bolsonaro já disse ter "união estável" com vice-líder do governo flagrado pela Polícia Federal com dinheiro nas nádegas. Há uma semana, presidente afirmou que a corrupção tinha acabado com seu mandato
O vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), foi pego com dinheiro na cueca, nesta quarta-feira (14), em Boa Vista. Ele escondeu R$ 30 mil nas nádegas, enquanto foi abordado pela Polícia Federal.
O integrante do governo Bolsonaro é alvo de uma investigação que apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de covid-19, oriundos de emendas parlamentares. A ordem de busca e apreensão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
O jornal O Estado de S.Paulo revela que, além do dinheiro na cueca, os valores descobertos na casa do senador chegariam a R$ 100 mil. A operação foi realizada no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que daria uma “voadora no pescoço” de quem se envolver em corrupção.
Relação familiar
O senador Chico Rodrigues emprega Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, como assessor parlamentar, em seu gabinete no Senado. Léo Índio é muito próximo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ambos possuem diversas fotos juntos em viagens. Leo Índio também é conhecido por ter livre trânsito no Palácio do Planalto.
Nesta quinta-feira (15), um vídeo do presidente Jair Bolsonaro com o senador voltou a circular nas redes sociais. No encontro, Chico elogia Bolsonaro pelo “resgate à moralidade” e relembra a amizade de 20 anos dos dois no Congresso Nacional. “É quase uma união estável”, brincou Bolsonaro.
Em nota à imprensa, Rodrigues disse que tem “um passado limpo e uma vida decente” e afirmou nunca ter se envolvido em escândalos. “Acredito na justiça dos homens e na justiça divina”, disse o senador, que observou ainda que, ao longo de 30 anos na política, conheceu “muita gente mal intencionada”, a fim de macular sua imagem.
O flagra envolvendo o vice-líder irritou o Planalto, uma vez que a repercussão negativa para a imagem do governo ocorre uma semana após Bolsonaro ter dito que não havia mais Lava Jato porque a corrupção tinha acabado em seu governo.
RBA
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