Menina negra de 11 anos é obrigada a levantar blusa em loja de doces para provar que não roubou produtos. Caso aconteceu no Rio de Janeiro
Uma menina negra de 11 anos foi obrigada por um funcionário de uma loja de doces a levantar a blusa e provar que não havia furtado nenhum produto do estabelecimento. O episódio aconteceu no UFA Atacadão de Doces, no Rio de Janeiro.
De acordo com o relato do próprio empregado, quando pediu desculpas à família, a menina despertou suspeitas por causa de sua cor e do cabelo afro.
O caso ocorreu no fim do mês passado e repercutiu nas redes sociais após a irmã mais velha da vítima, uma operadora de telemarketing de 19 anos, fazer um post na internet. Os nomes das duas foram suprimidos para não expor a identidade da criança.
“Ele falou na maior naturalidade que eles precisam desconfiar mesmo, pois no local descem muitos meninos e meninas de comunidade para furtar a loja e que ele desconfiou dela por conta da cor e do cabelo black que havia caído no rosto quando ela abaixou”.
A criança negra e dona de cabelo afro havia ido até a loja sozinha a pedido da mãe. Ela deveria comprar pipoca para o aniversário da irmã mais nova, de 3 anos. Segundo a irmã mais velha, a menina foi abordada ao colocar o celular no bolso e abaixar para pegar as pipocas na prateleira inferior.
“Ela estava enrolada com a bolsa de dinheiro na mão, celular, e os saquinhos de pipoca que eram muitos. Aí, ela pôs o celular no bolso e se abaixou. Ele chegou perguntando se ela tinha pego algo. Minha irmã disse que não fez nada. Mesmo assim, ele a mandou levantar a blusa. Foi quando ela começou a chorar, juntou um monte de gente no mercado, porque o local estava muito cheio. Ela ficou constrangida, envergonhada.”
Ao chegar em casa e contar o que houve, familiares se dirigiram até a loja. No local, foram recebidos pelo próprio funcionário que abordou a menina. Ele disse que havia desconfiado dela devido à cor da pele e ao tipo de cabelo.
De acordo com a irmã mais velha da menina, a família acionou a polícia, que informou não poder deslocar uma viatura para o local e orientou os parentes a fazer um boletim de ocorrência na internet. O caso foi registrado.
Segundo a família, foi a primeira vez que a criança foi vítima de racismo e ela ainda está abalada. “Ela não quer mais sair de casa nem comprar mais nada sozinha. Ela fica me perguntando o motivo disso ter acontecido com ela”, diz a irmã.
informações de UOL
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