Arolde de Oliveira é 1º senador em exercício a morrer vítima do coronavírus. Nas redes, ele criticava o isolamento, chamava a doença de "vírus chinês" e defendia o uso da cloroquina como tratamento eficaz. O parlamentar deixa como legado a certeza de que a vida cobra um preço alto por seguir Bolsonaro
O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) faleceu na noite desta quarta-feira (21) vítima de covid-19, segundo mensagem publicada em seu Twitter pela assessoria. O texto informa que ele teve falência dos órgãos.
Arolde tinha 83 anos e era natural de São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul. Ele havia sido internado em 4 de outubro e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com sequelas respiratórias da covid-19.
Em abril, o senador fez uma publicação em seu twitter seguindo a linha bolsonarista de enfrentamento à pandemia: chamou o coronavírus de vírus chinês e criticou o isolamento social.
Ele também defendia a cloroquina como medicamento eficaz para combater a doença. Arolde chegou a mandar um jornalista “ir para Cuba” porque o profissional da imprensa ressaltou a importância do uso de máscaras.
Arolde de Oliveira chegou ao Senado nas eleições de 2018, sendo eleito em uma dobradinha com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ele era próximo ao presidente Jair Bolsonaro, de quem foi colega na Câmara por quase três décadas.
O senador ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em Resende, no estado do Rio de Janeiro, em 1957. Formou-se em engenharia eletrônica no Instituto Militar de Engenharia (IME) para cursar Engenharia Eletrônica.
Ele entrou para a carreira política em 1983, quando se elegeu à Câmara dos Deputados, sendo reeleito por nove mandatos consecutivos. Em 2018, com o apoio de Bolsonaro, teve uma campanha vitoriosa para o Senado Federal.
Evangélico, Arolde era também proprietário do Grupo MK de Comunicação, que possui rádios e gravadoras gospels. Um dos sites do grupo de comunicação, o Pleno.News, foi apontado em pesquisa recente da Agência Pública como um dos maiores difusores de notícias falsas.
“Arolde de Oliveira deixa como legado a certeza de que a vida cobra um preço alto por seguir Bolsonaro”, escreveu o jornalista Joaquim de Carvalho.
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