Redação Pragmatismo
Saúde 02/Nov/2020 às 17:31 COMENTÁRIOS
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Laudo do IML aponta que Tom Veiga morreu de AVC hemorrágico

Publicado em 02 Nov, 2020 às 17h31

Tom Veiga, intérprete de Louro José, morreu vítima de um AVC, aponta laudo do IML. Veja o que indicam especialistas para reduzir o risco de ter um derrame

Tom Veiga e Ana Maria
Tom Veiga e Ana Maria

O ator e humorista Tom Veiga, intérprete do Louro José no “Mais Você”, morreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, provocado por um aneurisma. É o que aponta o laudo preliminar do Instituto Médico-Legal ao qual a Globo teve acesso na manhã desta segunda-feira (2).

O aneurisma cerebral é a dilatação exagerada das paredes das artérias intracranianas. O aneurisma pode se romper, causando hemorragia no cérebro, ou seja, um AVC hemorrágico, que ocorre quando um vaso sanguíneo — veia ou artéria — se rompe dentro do cérebro, extravasando sangue.

O AVC hemorrágico é a quarta doença que mais mata no Brasil. Pode ser causado por doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão, entre outras, ou desencadeado por hábitos pouco saudáveis, como consumo excessivo de sal, açúcar e gordura, além de sedentarismo e tabagismo.

Geralmente, um aneurisma não provoca nenhum tipo de sintoma, o que dificulta diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

“O aneurisma é uma condição da pessoa, que já nasce com essa predisposição que se manifesta em geral depois dos 40 anos”, afirma Luiz Henrique Martins Castro, neurologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

“A elevação da pressão arterial é que faz o aneurisma se romper. A pessoa sente uma dor de cabeça muito intensa por causa desse aumento da pressão sobre o cérebro. Nos casos em que a pessoa não morre, ela tem uma dor de cabeça muito forte, pode ter sonolência e até entrar em coma.”

Apesar da gravidade e do alto índice de mortes, existem recomendações para reduzir o risco de sofrer um AVC. Veja quais são elas:

1. Controle a pressão. A hipertensão é disparado o maior fator de risco, sendo responsável por mais de 50% dos casos. A parte interna das artérias é composta pelo endotélio, tecido que permite que o sangue circule livremente, sem formar coágulos. A pressão alta danifica essa área, o que motiva a formação de trombos sanguíneos. Além disso, acelera a aterosclerose e o processo inflamatório na parede do vaso. Por isso, mantenha a pressão arterial na marca de 12/8, com a redução do consumo de sal e uma alimentação rica em fibras, legumes, frutas, verduras e cereais.

2. Reduza a gordura. O colesterol ruim (LDL) também agride o endotélio, e representa 25% das causas de AVC. O aumento de placas de gordura desencadeia a aterosclerose e pode obstruir as artérias. Portanto, evite açúcar refinado, farinha branca e o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans (salgadinho de pacote, bolacha recheada, carnes gordurosas, leite integral, margarina). Prefira peixe, oleaginosas (nozes, castanhas, avelã) e produtos integrais, para estabelecer as taxas recomendadas: HDL (bom) 40 mg/dl; LDL (ruim) 130 mg/dl; total (mistura do bom com o ruim) 190 mg/dl.

3. Modere no açúcar. O diabetes pode ser causado por fatores genéticos, mas também por uma dieta farta em açúcar, carboidrato e gordura. Não abuse de farinha branca, bebida alcoólica e docinhos de sobremesa. Troque por alimentos integrais e ricos em fibra, leguminosas, legumes, verduras e adoçante. Assim, você não ultrapassará o nível de 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dl) e evitará lesões no endotélio e doenças cardíacas.

4. Cuide do coração. As cardiopatias são fatores de risco importantes de AVC. A fibrilação atrial, por exemplo, promove o batimento irregular do coração, o que favorece a formação de coágulos, que podem ser liberados e chegar ao cérebro. Essa arritmia está relacionada com a idade, e atinge 10% das pessoas acima de 70 anos e 20% daquelas com mais de 80 anos. O infarto do miocárdio e a insuficiência cardíaca também aumentam a probabilidade de sofrer um derrame.

5. Atente ao peso. A obesidade facilita o surgimento de hipertensão, colesterol e diabetes. Por outro lado, pode causar, mesmo isoladamente, o AVC. O acúmulo de gordura no tecido adiposo abdominal forma substâncias que aumentam a formação de plaquetas, que é um dos elementos do sangue envolvido com a coagulação. Além de gerar síndromes metabólicas, o excesso de peso provoca apneia, que compromete a respiração e gera alterações cardiovasculares e complicações circulatórias.

6. Tente relaxar. O estresse promove a agregação das plaquetas, que funcionam no sistema de coagulação, e aumenta a pressão arterial, a arritmia cardíaca e a contração das artérias. Mude a vida cotidiana para sanar a irritação e a ansiedade, diminua a carga de trabalho, controle a ansiedade e fique atento à depressão. Realize atividades que tranquilizem a mente e o corpo.

7. Não fume. As substâncias contidas no cigarro lesam o endotélio e estimulam o processo de aterosclerose, por serem potencialmente agressivas. Não importa a quantidade. Basta fumar para sofrer as consequências, que também podem aparecer no tabagismo indireto. Há estudos que mostram o aumento do número de casos de AVC em pessoas que convivem com fumante, quando se analisa a corrente sanguínea.

8. Álcool. O excesso de consumo de álcool leva a doenças cardiovasculares, facilita a aterosclerose e aumenta a agregação das plaquetas. A intoxicação alcoólica é perigosa por que causa desidratação e, em razão disso, perda de volume sanguíneo circulante. Por isso, modere. Beber de forma crônica —todos os dias e em grande quantidade— lesiona o fígado, provoca problemas de coagulação e até um AVC hemorrágico.

9. Atividade física. O sedentarismo é um fator de risco baixo, mas importante, sobretudo nos hipertensos, obesos e portadores de diabetes e colesterol alto. Praticar exercício melhora o metabolismo corporal. Caminhe por 30 minutos todos os dias e faça atividades aeróbicas e de musculação. A intenção não é se tornar um atleta, mas trabalhar ações preventivas.

10. Sono. Dormir de 7 a 9 horas é o suficiente para regenerar as células lesadas durante o dia. O sono irregular ou a falta dele aumenta a pressão arterial e a arritmia cardíaca. A quantidade insuficiente pode impactar, ainda, no estresse e na ansiedade. Outros mecanismos podem prejudicar a qualidade do repouso, como a apneia.

com informações de Viver Bem

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