Enquanto responde na Justiça comum pela morte chocante de Claudia, capitão Rodrigo Boaventura continuou ativo na PM, com remuneração média de R$ 8.712,86. Dentro da corporação, ele sequer responde administrativamente pelo crime. Claudia foi arrastada por 350 metros, presa no para-choque da viatura apenas por um pedaço de roupa
Um dos policiais envolvidos na morte de Claudia Silva Ferreira em 2014 foi nomeado nesta terça-feira (17) para um alto cargo do governo do Rio de Janeiro.
O capitão Rodrigo Medeiros Boaventura vai atuar agora como superintendente de Combate aos Crimes Ambientais da Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade (Seas). A Seas justificou que “Rodrigo Boaventura responde a processo, mas não há nenhuma condenação contra ele”. As informações são do jornal O Globo.
Enquanto responde na Justiça pela morte de Claudia, ocorrida em 2014, Rodrigo Boaventura segue ativo na Polícia Militar, com remuneração média de R$ 8.712,86, de acordo com o site da Secretaria de Planejamento e Gestão. Dentro da corporação, ele sequer responder administrativamente pelo crime, e chegou a ser promovido desde então.
Antes de ser nomeado superintendente, Rodrigo Boaventura estava lotado no 41º BPM desempenhando funções na área correcional. Ele foi nomeado, pela corporação, como encarregado de diversos Inquéritos Policiais Militares (IPMs) que apuram homicídios cometidos por policiais na região.
O capitão era considerado apto, pela PM, para julgar policiais acusados de crimes militares na Justiça. O nome de Boaventura integrava uma lista de oficiais encaminhada pela corporação à Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Rio para fazer parte do Conselho Especial de Justiça — órgão formado por quatro juízes militares e o juiz titular da Auditoria Militar, responsável por julgar militares estaduais.
O capitão Boaventura era tenente quando Claudia foi morta e arrastada pela Estrada Intendente Magalhães. Na época, ele comandava a patrulha que realizou a operação no Morro da Congonha, no dia do homicídio. Até hoje, Boaventura — apesar de ter permanecido algumas semanas preso pelo crime — nunca foi sequer punido administrativamente pela PM pelo crime.
Além do capitão, também responde pelo homicídio o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. Já os subtenentes Adir Serrano e Rodney Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles também respondem pelo crime de fraude processual, por terem modificado a cena do crime, removendo Claudia do Morro da Congonha. Serrano e Archanjo estão reformados. Os demais seguem trabalhando na corporação.
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O vídeo que mostra Claudia sendo arrastada pela viatura da PM por 350 metros chocou o Brasil há 6 anos. As imagens mostram a mulher pendurada no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa. Apesar de alertados por pedestres e motoristas, os PMs não pararam.
Claudia trabalhava como auxiliar de serviços em um hospital, era mãe de quatro filhos e cuidava de outros quatro sobrinhos. Uma das filhas de Claudia afirmou que os PMs “estavam rindo” antes de colocá-la na viatura (relembre).