Redação Pragmatismo
Mundo 27/Nov/2020 às 12:39 COMENTÁRIOS
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Principal cientista nuclear do Irã é assassinado e país promete vingança

Publicado em 27 Nov, 2020 às 12h39

Líder de plano secreto: principal cientista nuclear do Irã é assassinado e comandante militar promete vingança

cientista irã morre
Imagem divulgada pela TV estatal iraniana mostra carro no qual Mohsen Fakhrizadeh foi atacado (Irib News via AFP)

Agência Reuters

O cientista Mohsen Fakhrizadeh, considerado o maior pesquisador nuclear do Irã, foi morto em um ataque nesta sexta (27).

Segundo a mídia estatal do país, Fakhrizade foi atacado a tiros enquanto viajava em um carro nos arredores de Teerã. Ele foi levado ao hospital, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Um comandante militar iraniano prometeu vingança. “Nós vamos atacar como um raio os assassinos deste mártir e faremos eles se arrependerem de seus atos”, disse Hossein Dehghan, que também é conselheiro militar do líder supremo, Ali Khamenei.

O especialista era apontado como o líder de um programa secreto para fabricar armas nucleares no Irã, segundo agências de inteligência dos EUA e de Israel. Esse programa teria sido encerrado em 2003.

Segundo o jornal The New York Times, Fakhrizadeh era o alvo número 1 do Mossad, a agência israelense de inteligência. Irã e Israel vivem em tensão há décadas. O país islâmico dá apoio a grupos como o Hizbullah, do Líbano, que disputam territórios com Israel. E os israelenses fizeram ataques à forças militares do Irã na Síria, onde os iranianos dão apoio militar ao ditador Bashar al-Assad.

O Irã nunca permitiu que Fakhrizadeh fosse interrogado pela Agência Internacional de Energia Atômica, e dizia que ele era apenas um professor universitário. O país é acusado há anos de tentar fazer uma bomba nuclear, mas diz que pesquisa a tecnologia apenas para fins pacíficos, como a geração de energia elétrica.

Em 2015, o Irã aceitou um acordo para reduzir seu programa nuclear, em troca do alívio de sanções. No entanto, os EUA se retiraram do tratado em 2018 e retomou bloqueios econômicos ao país, de modo unilateral. Em janeiro de 2020, o Irã disse que não iria mais cumprir os termos do acordo e avançar com as pesquisas nucleares que podem levar à fabricação de uma bomba.

Em agosto deste ano, outro ataque similar no Irã matou Abu Muhammad al-Masri, considerado o número 2 do grupo terrorista Al Qaeda. Segundo o jornal The New York Times, Al-Masri foi morto por dois atiradores de moto, que o atacaram em Teerã enquanto ele dirigia seu carro. Os assassinos teriam sido enviados por Israel, a pedido de Washington.

Em janeiro deste ano, Estados Unidos e Irã quase entraram em guerra depois de o general iraniano Qassim Suleimani ser morto por um ataque americano no Iraque.

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