Ana Paula Valadão responderá a inquérito após dizer que Aids é castigo de Deus
Cantora gospel Ana Paula Valadão vira alvo do Ministério Público Federal por declaração sobre homossexuais e Aids
A cantora gospel Ana Paula Valadão será investigada pelo Ministério Público Federal pela suspeita de ter cometido crime de homofobia.
As declarações consideradas homofóbicas aconteceram em 2016, durante o Congresso Diante do Trono, mas só viralizaram neste ano.
A denúncia ao MP foi feita pelo ativista LGBTI+ Agripino Magalhães, e aceita dia 17 de novembro de 2020 pelo procurador Helder Magno da Silva.
No Congresso, Ana Paula disse:
“A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Taí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim… Não é o ideal de Deus.”
Na portaria que abre o inquérito, o MPF diz que “a situação, na forma em que foi narrada, caracteriza-se como ‘discurso de ódio’, restando ao estado o dever de proteger as vítimas e responsabilizar os infratores, de maneira que essa atuação é ainda mais necessária no atual cenário brasileiro, em que a homofobia se encontra tão presente e multiplicam-se casos de ódio e intolerância“.
Para justificar a abertura do inquérito, o procurador disse que as falas da cantora são baseadas na desinformação.
“Remonta à década de 1980 a narrativa da AIDS como “doença/câncer/peste gay” ou mesmo “castigo de Deus”, que se baseava na desinformação sobre o vírus e desconhecimento sobre a doença; tal concepção, inclusive, foi há muito superada pelo conhecimento médico-científico”, escreveu.
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