Armas de Fogo

Bolsonaro zera tarifa de importação de armas de fogo para tirar foco da vacina

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Sem programa de vacinação e com a possibilidade de o país sofrer com a falta de insumos hospitalares, governo Bolsonaro cria cortina de fumaça ao zerar taxa de importação de revólveres e pistolas

Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) zerou o imposto de importação para revólveres e pistolas. Com a medida, que entra em vigor em janeiro de 2021, o Brasil deixará de arrecadar 20% sobre o valor do produto. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União, desta quarta-feira (9).

Desde o início de seu mandato, em 2019, Jair Bolsonaro tomou medidas para flexibilizar a posse e o porte de armas pela população. Em agosto deste ano, a Polícia Federal formalizou uma autorização para que um cidadão possa comprar até quatro armas de fogo.

Além disso, em abril, o presidente revogou três portarias sobre rastreamento, identificação e marcação de armas e munição. Uma das portarias criava o Sistema Nacional de Rastreamento de Produtos Controlados pelo Exército, que, além de armas e munição, também faria um controle maior de explosivos, como os comumente usados em explosões de caixas eletrônicos.

Sem programa de vacinação e com a possibilidade de o país sofrer com a falta de insumos hospitalares, a decisão de zerar taxa de importação de armas virou uma espécie de agenda paralela. Até agora, o governo não tem um planejamento definido para a vacinação rápida contra a Covid-19.

“Países do mundo inteiro correndo para garantir a imunização do seu povo e Bolsonaro fissurado em zerar impostos de armas. Mais uma vez, na contramão de tudo o que é minimamente razoável e relevante, o governo empurra o Brasil para o abismo”, criticou Alessandro Molon, deputado federal pelo PSB-RJ.

“O próprio gesto político do presidente Jair Bolsonaro de capitalizar a medida nas redes sociais mostra uma tentativa de criar uma espécie de cortina de fumaça com um novo tema para dividir as atenções com o desempenho sofrível do Ministério da Saúde na condução da pandemia”, comentou o jornalista Gerson Camarotti.

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