Saúde

Brasileira vacinada em Londres comemora: “Tem luz no fim do túnel”

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"Tem luz no fim do túnel", diz brasileira de grupo de risco que está entre os primeiros vacinados para a Covid-19 no Reino Unido. A pesquisadora, que agora pretende retornar ao Brasil para o aniversário de 100 anos da mãe, disse que a injeção "dói menos que a da gripe"

Maria Lúcia Possa é uma das primeiras a receber a vacina da Pfizer no Reino Unido nesta terça-feira (8)

A brasileira Maria Lúcia Possa foi uma das primeiras pessoas no mundo a ser vacinada contra o Sars-Cov-2. Ela é pesquisadora no Hospital Universitário Royal Free, de Londres, um dos centros de aplicação da vacina da Pfizer no Reino Unido.

“Hoje é o primeiro dia, mas acho que a coisa mais importante é que tem luz no fim do túnel”, disse Possa. “Eu estou cansada, está todo mundo cansado — da doença, de ficar em casa, de todas essas restrições”, acrescentou a pesquisadora.

Possa contou que estava de folga quando um colega de trabalho falou para ela checar seu e-mail. Isso porque alguns dos funcionários do Hospital Universitário Royal Free seriam também vacinados nesta primeira fase da campanha.

O plano de vacinação do Reino Unido dividiu as pessoas em grupos. O primeiro, que começou a ser vacinado nesta terça-feira, inclui profissionais da saúde, pacientes idosos e pessoas dos grupos de risco.

“Como eu trabalho no sistema de saúde e sou do grupo de risco, por causa de um transplante de rins, eu fui uma das primeiras a ser chamada”, explicou Possa.

Ela disse que depois que tomar a segunda dose da vacina, que já está marcada para ser aplicada em 5 de janeiro de 2021, pretende voltar ao Brasil para o aniversário de sua mãe, que vai completar 100 anos.

A pesquisadora ressaltou a importância da ciência para a produção de um imunizante em tempo recorde. Segundo ela, a única coisa que pode acontecer é uma leve dor no braço e sintomas fracos de gripe, o que é considerado normal.

“Se te oferecerem [a vacina], toma”, disse Possa. “Eu quero a minha liberdade de volta, com a paz e segurança de que não vou infectar ninguém”, afirmou.

Segundo ela, a injeção “dói menos que a vacina da gripe”. A única diferença, explicou, é que a seringa é mais longa e demora mais para depositar toda a dose da imunização, em comparação com a vacina da gripe.

Os países do Reino Unido são os primeiros que começaram a vacinação em massa de sua população. Na primeira leva, cerca de 400 mil pessoas receberão duas doses cada — a vacina é administrada em duas injeções, com 21 dias de intervalo entre elas. Após a primeira dose já há alguma imunização, mas o efeito total é verificado sete dias após a segunda dose.

ENTENDA: É possível que a vacina da Pfizer nunca chegue ao Brasil