Advogados de PM alegam que ele é doente mental e que, por isso, é incapaz de entender o caráter ilícito de um feminicídio. Mulher foi alvejada com 5 tiros de arma de fogo após discussão durante jantar em restaurante
Ana Rita Tabosa Soares foi assassinada a sangue frio pelo namorado Manoel Bonfin dos Santos Silva no dia 7 de outubro deste ano em Fortaleza (CE). O homem é policial militar e disparou 5 vezes contra a mulher após discutirem durante um jantar.
Nesta sexta-feira (25/12), a defesa do PM alegou que ele tem uma doença mental e que, por isso, é incapaz de entender o caráter ilícito de um feminicídio pelo qual é acusado.
Com a manobra da defesa, o processo ficará suspenso até que haja um laudo da perícia sobre a sanidade mental do policial militar. Ele está preso desde outubro.
O crime aconteceu na Avenida Silas Munguba. Depois de uma discussão no restaurante onde jantavam, o casal entrou no carro e, neste momento, a mulher foi alvejada por cinco disparos de arma de fogo. O policial foi preso em flagrante.
A defesa do militar afirmou à Justiça do Ceará que o PM é acompanhado há três anos por médico especializado em doenças mentais e indicou que ele sofre de insanidade.
A Justiça aceitou o pedido de perícia, que pode vir a comprovar ou não a insanidade mental. Devido à decisão proferida na 2ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, o processo deve permanecer suspenso até o esclarecimento dos fatos.
O Ministério Público do Ceará denunciou o policial no último mês de novembro. Consta nos autos que amigos e familiares da vítima já tinham presenciando brigas do casal e teriam visto Manoel Bonfin ameaçar Ana Rita de morte.
Durante depoimento, quando questionado sobre o que motivou o crime, o policial permaneceu em silêncio.
Feminicídios
O Brasil teve um aumento de 7,3% no número de casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018. Foram 1.314 vítimas mortas pelo fato de serem mulheres – média de uma a cada 7 horas.
Os estados com a maior taxa de feminicídios são Acre e Alagoas. Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.
Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
Em quase 80% dos casos, os agressores são o atual ou o ex-companheiro, que não se conformam com o fim do relacionamento.
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