Adolescente que matou a amiga Isabele Guimarães em condomínio de luxo é internada a mando da Justiça. Ela foi punida por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso
A adolescente de 15 anos que atirou e matou Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT), foi internada, nesta terça-feira (19), a mando da Justiça. A garota foi condenada, inicialmente, à pena máxima de reclusão em regime socioeducativo: três anos. A penalidade, contudo, pode ser revista e atualizada a cada seis meses.
A decisão é da juíza Cristiane Padim da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá. A adolescente foi punida por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso — quando há intenção de matar — e qualificado.
Isabele foi morta com um tiro na cabeça em 12 de julho. Em 12 de agosto, o laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que a pessoa que matou Isabele estava com a arma apontada para o rosto da vítima, a uma distância que pode variar entre 20 e 30 cm, e a 1,44 m de altura.
A jovem que efetuou o disparo chegou a ser apreendida dois meses após o crime, mas foi solta oito horas após a internação.
Relembre o caso
A adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu com um tiro na cabeça. A amiga dela, à época, também adolescente de 14 anos, e praticante de tiro esportivo, assumiu ter feito o disparo, mas alegou que foi acidental.
No depoimento dela, ela afirma que se desequilibrou e a arma disparou. Durante a investigação, indícios de que a cena do crime foi alterada antes da chegada da polícia alertaram os investigadores para um crime intencional.
A investigação concluiu que a versão apresentada pela atiradora, no decorrer do inquérito, era incompatível com o que aconteceu no dia da morte e que a conduta da adolescente foi dolosa, porque, no mínimo, assumiu o risco de matar a vítima.
Os pais da adolescente que matou Isabele também se tornaram réus no dia 17 de novembro por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), posse ilegal de arma de fogo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores. O processo ainda está tramitando e não houve pedido de prisão dos pais.
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