Redação Pragmatismo
Saúde 19/Jan/2021 às 14:44 COMENTÁRIOS
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Mesmo com anticorpos, mulher é reinfectada por mutação do coronavírus no AM

Publicado em 19 Jan, 2021 às 14h44

Poucos dias após realizar teste que comprovava a presença de anticorpos contra o coronavírus, mulher é reinfectada por nova mutação da doença em Manaus. Caso foi publicado em artigo científico e pesquisadores pedem "estudos urgentes" para aprofundar o entendimento da variante

manaus nova cepa coronavírus
Além de sofrer com desabastecimento de oxigênio, Manaus sofre com nova mutação do coronavírus (Foto: Mathias Dantas/AFP)

Uma mulher de 29 anos que apresentou anticorpos para a Covid-19 foi reinfectada pela nova variante da doença no Amazonas. As informações são de cientistas da Fiocruz Amazônia, que publicaram nesta terça-feira (19) um artigo sobre o caso.

Os anticorpos foram detectados em teste realizado poucos dias antes da reinfecção. Os cientistas pedem “estudos urgentes” para aprofundar o entendimento da nova variante, já que ela poderia escapar da resposta imune em caso de uma primeira infecção por outra cepa do Sars-CoV-2.

A paciente estudada havia sido diagnosticada primeiramente em 24 de março de 2020 com covid-19 e obteve o segundo resultado positivo para Sars-CoV-2 após nove meses. A coleta foi feita no dia 30 de dezembro por meio de um teste RT-PCR.

A variante que contaminou a mulher é a mesma que foi identificada no Japão por pesquisadores que analisaram amostras de pessoas que estiveram no Amazonas.

Manaus vive uma nova calamidade por uma segunda onda de casos e hospitalizações com números maiores e crescimento mais acelerado que na primeira fase. Uma das suspeitas é que a nova variante estaria impulsionando o número de casos.

“A paciente era uma pessoa sem imunocomponente, que se infectou por B.1. em março e agora pela nova variante P.1. e apresentava anticorpos detectáveis em teste rápido dias antes de ter se reinfectado. Não sabemos ainda se isso representa que a nova variante escapa mesmo da resposta imune, até por ser o primeiro caso, mas mostra que novos estudos precisam ser feitos”, afirma Felipe Naveca, da Fiocruz.

Na prática, segundo ele, o resultado aponta que existe possibilidade de que uma pessoa que se infectou com a doença e adquiriu resposta imune não esteja livre de ser contaminado.

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“Pode ser isso, mas não dá para ter certeza só com esse caso. E também não se sabe se não foi por conta do tempo da primeira para a segunda exposição”, diz.

Confira trechos do artigo:

“No dia 19 de dezembro, a paciente relatou ter participado de uma comemoração de fim de ano com outras dez pessoas após o teste rápido de IgG positivo. Um dos participantes da reunião foi RT-PCR confirmado para SARS-CoV-2 infecção em 24 de dezembro, e o paciente apresentou o segundo episódio sintomático de covid-19 em 27 de dezembro, com febre, tosse, dor de garganta, diarreia, anosmia, ageusia, cefaléia, coriza e oximetria de pulso em repouso de 97% […]

Estudos urgentes são necessários para determinar se a reinfecção com linhagens emergentes que abrigam a mutação é um fenômeno generalizado ou está limitado a alguns casos esporádicos. Também será crucial entender até que ponto a reinfecção contribui para a transmissão direta do SARS-CoV-2 em populações previamente expostas e o número crescente de casos de SARS-CoV-2 observados no Amazonas e outros estados brasileiros durante dezembro de 2020 – janeiro 2021″.

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