Coronavírus mata apresentador que debochou da pandemia e se dizia contra a vacina. Poucas semanas antes de morrer, ele esbravejou contra novas medidas de isolamento: "Não vou matar meus pais; vou visitá-los e ninguém vai me impedir"
Stanley Gusman, de 49 anos, morreu no último domingo (10) em Belo Horizonte (MG) vítima de complicações decorrentes do coronavírus. O apresentador do SBT era um negacionista da pandemia e criticava a vacina e as medidas de isolamento social.
Gusman foi diagnosticado com a doença antes da virada do ano, mas dias depois o estado de saúde se agravou, e ele precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Desde o início da pandemia, Stanley Gusman se manifestava na televisão e nas redes sociais com deboche a respeito da gravidade do coronavírus.
No último 18 de dezembro, o apresentador publicou em seu Twitter um vídeo de uma reportagem de seu programa sobre um alerta a respeito das normas de isolamento social. Ele criticou as instruções do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.
“Eu vou visitar o meu pai, minha mãe e não vou matá-los. É um desrespeito falar isso”, disse o apresentador ao defender sua decisão de visitar familiares no Natal, apesar do risco de disseminação da doença.
O apresentador usou a hashtag #Dia22VaiSerGigante — criada por bolsonaristas para criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19.
Stanley também duvidou da eficácia das vacinas que estão sendo produzidas para combater o contágio e compartilhou notícias falsas sobre o assunto.
Os colegas de Gusman na TV Alterosa lamentaram a partida do apresentador. “Essa notícia trouxe uma profunda tristeza para todos nós, dos Associados, em especial da TV Alterosa. Perdemos um companheiro leal, amigo de todos da casa. A Covid cala uma voz eloquente. Stanley se junta aos trágicos números dessa pandemia”, declarou o diretor-geral da afiliada do SBT em Minas Gerais.