Saúde

Covid: 7 pessoas da mesma família morrem sufocadas por falta de oxigênio no Pará

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Após Manaus, sete pessoas com Covid-19 morrem sufocadas por falta de oxigênio no Pará. As vítimas eram da mesma família

Parentes de pacientes internados ou em atendimento domiciliar, em sua maioria portadores de COVID-19, se reúnem para comprar oxigênio e encher botijões em empresa privada em Manaus, Brasil 15 de janeiro de 2021. (Bruno Kelly/Reuters)

Sete pessoas de uma mesma família morreram com sintomas de coronavírus em menos de 24 horas no distrito de Nova Maracanã, zona rural do município de Faro (PA).

Três mulheres e quatro homens não resistiram muito tempo após complicações respiratórias entre segunda-feira (18) e terça-feira (19). A Unidade Básica de Saúde (UBS) da comunidade não tinha cilindros de oxigênio.

Pela velocidade dos óbitos, é possível que os pacientes tenham sido infectados pela nova cepa do Sars-Cov-2 detectada no Amazonas, estado vizinho ao Pará.

O sistema público de saúde da cidade de Faro entrou em colapso na segunda-feira por falta de oxigênio. Não havia no hospital municipal cilindros reservas para enviar ao distrito de Nova Maracanã, onde a família estava internada.

Em visita em Santarém, durante cerimônia de imunização da primeira pessoa contra a covid-19, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse que é fundamental que as estruturas municipais sejam fortalecidas para atender a demanda de pacientes acometidos pela doença.

“Ao distrito de Nova Maracanã, a cidade de Faro deve garantir a oferta de oxigênio. O governo do estado não estará mais omisso, por isso o secretário regional de governo e a diretora regional da secretaria de saúde estiveram lá na segunda-feira para nos colocar à disposição. Fiz questão de estar próximo para reunir com todos os prefeitos de cidades que fazem fronteiras com o Amazonas, dialogando com as empresas que ofertam oxigênio, que atuam na distribuição de oxigênio”, esclareceu Helder.

O governador disse ainda que a prefeitura municipal precisa cumprir com a sua obrigação no sentido de contratar os serviços para salvar a vida da população. “Nós não podemos permitir que a população não tenha oxigênio ou não tenha atendimento em saúde por falta de gestão.”

Segundo Helder, foi feito um pedido à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que fosse autorizado o pouso de aeronaves em Faro para fazer a remoção dos pacientes e deslocá-los para o Hospital de Juruti, Hospital de Santarém ou para o Hospital Regional de Itaituba.

“Nova Covid” mais rápida e letal

Médicos do Amazonas relataram que a mutação do coronavírus no estado está provocando mais mortes entre pacientes jovens. “Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos”, conta o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, que atua em clínica popular, atendimento domiciliar e hospitais públicos.

“Claramente estamos diante de um ser invisível que é muito mais patogênico e transmissível. Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez” (saiba mais aqui).