URGENTE: Apoiadores de Trump invadem Congresso para impedir sessão que confirmaria vitória de Biden. Há policiais feridos, mas parlamentares foram isolados
Manifestantes pró-Trump invadiram nesta quarta-feira (6) o Capitólio, sede do Congresso americano em Washington, durante a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral para as eleições presidenciais.
A invasão ocorreu enquanto Câmara e Senado debatiam se acatavam ou não uma objeção aos resultados do Arizona — tradicional reduto republicano vencido por Joe Biden na eleição de novembro. Momentos antes, Trump discursou em Washington e afirmou que não aceitaria o resultado eleitoral.
Segundo a imprensa americana, por segurança, senadores e deputados foram colocados em locais seguros dentro do prédio do Capitólio. A emissora NBC diz que o vice-presidente Mike Pence — responsável por presidir a sessão conjunta do Congresso para a contagem dos votos — foi retirado do edifício.
Por causa dos confrontos, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade a partir das 18h (locais, 20h de Brasília). A medida ficará em vigor por 12 horas. A prefeitura também fechou os centros de testagem para a Covid-19 até amanhã.
Sessão confirmaria vitória de Biden
A sessão conjunta no Congresso dos EUA desta quarta-feira deveria certificar a vitória de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos. Trata-se, costumeiramente, de uma formalidade em que os votos do Colégio Eleitoral são apenas contados pelo vice-presidente aos parlamentares das duas casas. Biden venceu Trump no Colégio Eleitoral por 306 votos contra 232.
Na sessão, é permitido que parlamentares apresentem objeções — ou seja, questionamentos — sobre os resultados nos estados. Se ao menos um parlamentar da casa legislativa diferente do congressista que apresentou o protesto concordar com o pedido, a contagem é interrompida.
Para que a objeção seja aprovada, as duas casas devem aprovar o pedido — o que não acontecerá, já que os democratas são maioria na Câmara e Trump não teve apoio mesmo de parlamentares republicanos no Senado, onde liderava.
Aliados de Trump rejeitam extremismo
Dois aliados do presidente Donald Trump, o vice-presidente Mike Pence e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, rejeitaram nesta quarta-feira (6) mudar o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos vencidas pelo democrata Joe Biden.
Após políticos trumpistas apresentarem uma objeção aos resultados do Arizona — tradicional reduto republicano vencido por Biden em novembro —, o senador McConnell fez duro discurso aos colegas de partido.
“Nós [parlamentares] não podemos simplesmente nos declarar um júri eleitoral com esteroides. Os eleitores, os tribunais e os estados todos falaram. Todos falaram. Se passarmos por cima, vamos danificar nossa República para sempre”, afirmou McConnell, que foi um dos principais escudeiros do governo Trump no Congresso.
“A eleição não foi nem apertada, na verdade”, completou o líder republicano. Pelo Colégio Eleitoral, Biden venceu Trump por 306 votos a 232.
Além disso, Pence afirmou que não tem poder para fazer isso e admitiu que tem papel apenas “cerimonial” na sessão. “Meu juramento em defender e apoiar a Constituição me impede de proclamar uma autoridade unilateral para determinar quais votos devem ser contados e quais não devem ser”, admitiu Pence.