Médico de 47 anos é preso acusado de ter assassinado dois pacientes vítimas de Covid-19 para "abrir vaga em UTI". Ele foi denunciado por enfermeiros, que disseram não compactuar com a prática. Caso aconteceu em Montichari, na região italiana da Lombardia
A polícia italiana prendeu na última terça-feira (26) o médico Carlo Mosca, de 47 anos. Ele é acusado de ter assassinado pelo menos dois pacientes vítimas de Covid-19. Os casos aconteceram ainda no início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, mas só agora as investigações foram concluídas.
As autoridades afirmam que Mosca ministrou doses letais de analgésicos (succinilcolina e propofol) a dois pacientes: Natale Bassi, de 61 anos, e Angelo Paletti, de 80. Os pacientes não estavam na fase crítica da doença e sequer foram entubados. Os casos aconteceram no hospital de Montichari, na região da Lombardia.
As investigações chegaram a trocas de mensagens no WhatsApp, onde enfermeiros afirmavam que não compactuariam com o médico na escolha pela morte de pacientes e ainda o denunciariam.
“O paciente vai ser entubado? Não! E ele me manda dar-lhe anestésicos. É tudo uma loucura! Não vou matar doentes só porque o médico quer liberar UTIs”, dizia uma das mensagens.
O jornal italiano ‘Corriere della Sera’ afirma que o médico “não sujava as mãos” na hora de fazer as escolhas. Ele preparava as doses dos medicamentos, mas ordenava que os enfermeiros as ministrassem nos pacientes.
Depois de matar os dois pacientes, os investigadores descobriram que Carlo Mosca enviou os corpos das vítimas para uma autópsia na cidade italiana de Pádua, longe do local onde ele trabalhava.
O objetivo era fazer com que o envenenamento por doses letais de remédio ficasse embaixo dos panos. E, no caso de descoberta, que os pacientes não fossem ligados a ele.
Ao conduzirem as exumações dos corpos, as autoridades encontraram nos corpos de dois pacientes vestígios de anestésicos que, administrados sem objetivo justificável, causam a rápida falência do aparelho respiratório e a morte.
No entanto, nos relatórios médicos de Carlo Mosca não constam a administração de qualquer uma das drogas encontradas e, por isso, o médico é também suspeito de falsificar os registos hospitalares.
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