Redação Pragmatismo
Saúde 19/Jan/2021 às 12:15 COMENTÁRIOS
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Médicos do AM descrevem "nova Covid" mais rápida e letal entre jovens

Publicado em 19 Jan, 2021 às 12h15

"Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus. Só quem está na linha de frente está vendo. Estamos diante de um ser invisível muito mais patogênico". Mutação da Covid está mais grave, letal e rápida entre jovens, afirmam médicos do Amazonas

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(Imagem: Bruno Kelly/Reuters)

Médicos do Amazonas relataram que a mutação do coronavírus no estado está provocando mais mortes entre pacientes jovens. As informações foram publicadas nesta terça-feira (19) pelo portal UOL.

“Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos”, conta o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, que atua em clínica popular, atendimento domiciliar e hospitais públicos.

“Claramente estamos diante de um ser invisível que é muito mais patogênico e transmissível. Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez”.

“Neste ano, eu já vi mais 150 pessoas aqui na clínica e mais 300 no serviço público. Digo que menos de 2% deles tinham comprometimento leve. Os demais eram comprometidos acima de 50%. Alguns com 70%, 80%, 90%, com necessidade de internação imediata e até suporte ventilatório”, diz.

“Você ausculta o pulmão do paciente e não escuta nada. Mas, quando vemos a imagem tomográfica, não acredita como há um comprometimento tão grande com tão pouca repercussão clínica notória.”

Uma outra questão relatada é a mortalidade de pessoas mais jovens, que estaria também associada à maior patogenicidade do vírus. “Muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes mesmo sem comorbidade”.

A enfermeira e professora Ana Paula Rocche concorda que “o vírus não é mais o mesmo”. Ela relata que a queda de saturação de pacientes ocorre de forma muito mais rápida e silenciosa.

“O paciente começa no primeiro dia sentindo uma dor de garganta; depois sente uma dor de cabeça; no terceiro dia ele já começa uma febre, mas no quarto começa uma falta de ar, e quando você coloca um oxímetro nele, a saturação que era para estar em 98% está 70%, 75%. Isso não é normal! É uma coisa extremamente grave que ataca as vias aéreas e pulmões, e de forma silenciosa demais”, pontua.

“O pulmão parece que vai ressecando, que vai encolhendo; e aí você entra com tudo que é antibiótico, anticoagulante e o pulmão não expande. Isso não é normal”.

Na última semana, o Reino Unido anunciou a suspensão de voos comerciais do Brasil por conta da nova variante da Covid-19 detectada no Amazonas. Ainda não há muitos detalhes conhecidos sobre a mutação.

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