Ator tem trabalhos cancelados em Hollywood após vazamento de conversas sobre canibalismo. Além disso, ex-namorada relatou abusos e tortura: "era amarrada e agredida constantemente"
Enquanto o mundo ainda engatinha por 2021 em tom de esperança, já tem gente em Hollywood se preparando para um ano bem difícil. É o caso de Armie Hammer, ator americano de 34 anos, estrela de filmes como “Me chame pelo seu nome”, “A rede social” e “Rebecca – A mulher inesquecível”, remake do clássico de Hitchcock lançado em 2020 na Netflix.
No começo de janeiro, vazaram na internet imagens de uma suposta conversa de Hammer com uma mulher, em que o ator se diz “100% canibal”. No bate-papo, ele ainda diz que gostaria de “comê-la” e “segurar seu coração nas mãos e controlá-lo enquanto ele bate”. Em outro momento, ele diz ter “arrancado o coração de um animal ainda vivo e comido enquanto ainda estava quente”.
Desde que as conversas foram postadas em uma conta no Instagram, outras mulheres deram declarações reiterando o teor de diálogos com Hammer não somente sobre fetiches envolvendo canibalismo, mas também abuso e estupro.
Ex-namorada relata abusos
Ainda em janeiro, Paige Lorenze, de 22 anos, deu entrevista ao “Daily Mail” revelando supostos detalhes de seu namoro com ator. A modelo afirmou que Hammer teria marcado na sua virilha a letra “A” com uma faca como parte de um “jogo sexual”. Lorenze ainda declarou que seu relacionamento de quatro meses com ele foi “profundamente traumático” e que seu ex pode “ferir uma mulher gravemente”. Ela também relatou que era amarrada e agredida constantemente, chegando a ficar com hematomas, e que, na primeira vez em que tiveram relação sexual, ele a obrigou a chama-lo de “papai” e “senhor”.
Em outro incidente mês passado, Armie Hammer chegou a ser interrogado pela polícia durante uma viagem às Ilhas Cayman. Em uma conta privada que mantém no Instagram, o ator havia postado o vídeo com uma mulher amarrada em um quarto de hotel. As autoridades interpelaram o ator após o conteúdo ser denunciado na rede social. Em sua defesa, Hammer disse que se tratava apenas de uma brincadeira e pediu desculpas pelo ocorrido.
Em um comunicado enviado à “Variety”, a equipe de advogados do ator diz que “as histórias que estão sendo perpetuadas na mídia são uma tentativa equivocada de apresentar uma narrativa unilateral com o objetivo de manchar a reputação do Sr. Hammer”. Também via comunicado, o ator diz classificou as acusações como “ataques online viciosos e espúrios”.
Cancelamento em série
Por enquanto, não há processos correndo na Justiça em decorrência das denúncias. Mas Armie Hammer já vem sofrendo na carreira os efeitos de todo este imbróglio. Recentemente, ele foi substituído por Josh Duhamel na comédia “Shotgun wedding”, em que contracenaria com Jennifer Lopez.
Ele também foi dispensado da série “The offer”, da Paramount+, sobre os bastidores de “O poderoso chefão”. E na semana passada perdeu seu contrato com a agência de talentos WME, que o representava em Hollywood.
Só que além dos projetos que ainda seriam filmados, como “Shotgun wedding” e “The offer”, os executivos em Los Angeles começam a concatenar como iniciar a reparação de danos sobre trabalhos já concluídos. É o caso de “Morte no Nilo”, mais nova adaptação para o clássico de Agatha Christie, em que Armie Hammer divide cenas com nomes como Gal Gadot e Kenneth Branagh. O filme foi rodado em 2019, bem antes dos escândalos virem à tona. Sua estreia, adiada por conta da pandemia, está marcada para setembro.
Extraoficialmente, a Disney não assume quais diretrizes deve tomar, mas especula-se que Hammer seja ocultado pelo menos do material de campanha de lançamento do filme, assim como deve ser provável sua ausência em uma possível turnê de lançamento.
Entre outros projetos futuros de Armie Hammer está “Billion dollar spy”, thriller situado na Guerra Fria em que ele contracena com Mads Mikkelsen. Ironicamente, o dinamarquês interpretou o canibal Hannibal na homônima série de sucesso da NBC. O longa ainda não começou a ser rodado.
Também estava no radar da carreira do ator a aguardada continuação de “Me chame pelo seu nome”, de Luca Guadagnino. Por enquanto, o cineasta italiano está trabalhando em outro projeto, estrelado por Timothée Chalamet, que dividiu com Hammer o protagonismo do filme vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado. Curiosamente, o longa tem como fio condutor uma história de amor… canibal.
Em julho de 2020, Armie Hammer se separou da mulher, Elizabeth Chamber, após dez anos de casados. Eles têm dois filhos, de 5 e 3 anos.
Agência O Globo
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